Opinião

Desafios para a economia de Pernambuco

O novo governo que vai assumir em janeiro deverá enfrentar desafios na dimensão econômica e gerencial. Alguns, merecem destaque, inclusive porque dialogam com potencialidades latentes.

Entre eles, intensificar a inovação em produtos, processos e modelos de negócios. O Estado instalou e consolidou importante ecossistema de inovação ancorado no Porto Digital. Diante disso, sugere-se: desenvolver ações com o setor empresarial para aproximar esse ecossistema das atividades produtivas. É necessário habilitar as atividades econômicas do Estado na base digital, transformando-as pela inovação.

Adensar cadeias produtivas, em particular as que organizam a oferta dos serviços modernos, da indústria e do agronegócio é outro ponto. O Estado deverá ampliar ações para continuar atraindo investimentos produtivos. A presença do Complexo Industrial-Portuário de Suape com diferencial de boa infraestrutura de logística e crescente movimento de cargas, deve ser fortalecido como polo de desenvolvimento regional. No agronegócio, estimular a presença de startups que ainda são incipientes no estado. Nos serviços, há grande potencial para consolidar Pernambuco como polo nacional e internacional de turismo de lazer e de negócios, especialmente na criação de novas infraestruturas de apoio e inovação dos modelos de negócios. E como polo de serviços de saúde.

Ampliar e melhorar a infraestrutura econômica com destaque especial para: aumentar o alcance da infraestrutura de fibra ótica; realizar investimentos em infraestrutura logística; e avançar na infraestrutura hídrica com ampliação da oferta e melhoria da gestão dos recursos hídricos, concluindo as obras para integrar adutoras regionais aos canais de transposição do rio São Francisco. 

Valorizar e promover o desenvolvimento sustentável, em especial no semiárido, com destaque para a construção de nova base produtiva e para o manejo sustentável da Caatinga, por meio de ações como a implementação de iniciativas de combate à desertificação e a recuperação de áreas degradadas por pressão antrópica ou por causas naturais. Um "choque de inovação” é necessário e viável. O semiárido é um ativo com potencial que poderá ser de utilidade se aplicado à saúde, à segurança alimentar, ao desenvolvimento de novos materiais, entre outros. 

Consolidar Pernambuco como polo logístico regional e nacional, com âncora na solidificação e integração do Complexo Industrial - Portuário de Suape e dinamização da atividade logística. Para o setor empresarial, destacam-se como principais ações para integração dos modais, cadeias e sistemas a construção do arco metropolitano; a concessão de rodovias como a BR-232 e a PE-60, entre outras; a construção da Ferrovia do Sertão; a integração e otimização do modal aeroviário e a interligação dos municípios do Estado com internet de alta velocidade.

Ampliar e diversificar exportações e atrair investimentos externos. Pernambuco é o terceiro maior exportador do Nordeste, atrás apenas para a Bahia e Maranhão. Na atração de investimentos estrangeiros, Pernambuco é o segundo na região, atrás apenas da Bahia.

Segmentos industriais de bebidas, produtos alimentares e o automotivo foram, recentemente, os principais focos de atração. Diante disso, propõe-se a manutenção de ações integradas entre órgãos e agências governamentais e estaduais de promoção das exportações para aumentar as vendas de Pernambuco para o resto do mundo; e uma intensificação de diálogos com potenciais investidores estrangeiros com interesse em virem para o estado.

Maior equilíbrio na distribuição regional das atividades produtivas, consolidando a tendência recente de interiorização do desenvolvimento, de forma a reduzir ainda mais a macrocefalia da RMR. A valorização da capacidade empreendedora de produtores de diversas escalas e das diversas regiões de Pernambuco pode multiplicar iniciativas em curso relacionadas a Arranjos Produtivos Locais (APLs).

Avançar na gestão pública visando ampliar e melhorar a qualidade na oferta e a produtividade do serviço público e avançar ainda mais na gestão das contas públicas, com destaque para o enfrentamento da questão previdenciária. É essencial fortalecer o sistema de planejamento do estado, priorizando a renovação da Agência Condepe-Fidem.


*Economistas e sócios da Ceplan- Consultoria Econômica e Planejamento


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