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Deslizamento após chuva mata mulher em São Gonçalo; bombeiros buscam por desaparecidos

Município na Região Metropolitana do Rio registrou forte chuva na noite de segunda-feira (13), com alagamentos e deslizamentos

Cerca de 30 bombeiros atuam na localidade no resgate às vítimasCerca de 30 bombeiros atuam na localidade no resgate às vítimas - Foto: Reprodução

Uma mulher morreu e três pessoas de uma mesma família desapareceram em desabamentos após a forte chuva no fim da segunda-feira em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Uma das regiões mais atingidas foi o bairro Engenho Pequeno, onde equipes do Corpo de Bombeiros fazem as buscas pelas vítimas. Ruas ficaram alagadas e parte de um terreno onde tinha vegetação foi carregado pela água.

Um dos deslizamentos foi na Rua Antônio Felix da Silva, no bairro. A vítima fatal foi Roseli de Castro, de 52 anos, que estava em casa quando parte de um morro veio abaixo. Ela morreu na hora. As informações são do g1.

Os bombeiros seguem nas buscas pelo casal Alan Santiago Cabral, de 46 anos, e Rosilene Pereira Santiago, de 36, e a filha Maitê Santiago, de 4, que estão desaparecidos desde que um barranco de lama derrubou a casa deles na madrugada desta terça-feira, também no bairro Engenho Pequeno.

A sobrinha de Alan, Eduarda Santiago Raposo, de 26 anos, contou que o barranco veio a baixo por volta das 20h depois que um raio atingiu o terreno que fica atrás das casas. Segundo Eduarda, essa é a primeira vez que algo nessa dimensão acontece no bairro. Nascida e criada em São Gonçalo, ela afirma que os moradores estão acostumados com as fortes chuvas do verão, mas que nunca viu alagamentos na região ou deslizamentos.

"Eu moro aqui desde os meus 5 anos de idade. A gente nunca imaginou que algo assim fosse acontecer. É sem explicação. Estamos muito triste, na esperança que eles sejam encontrados com vida. Estamos aqui acompanhando o trabalho dos bombeiros, torcendo para que eles sejam resgatados" desabafou Eduarda.

Segundo parentes das vítimas, o Corpo de Bombeiros começou a fazer os resgates por volta de 1h. Eles já estavam no bairro resgatando familiares de uma outra casa que também desabou. Nesta ocorrência, não houve feridos.

"A Rosilene saiu cedo de casa ontem e foi na casa da mãe dela. Depois ela foi buscar a filha na escola. Ela e o meu tio fazem tudo juntos. Não dá para acreditar que algo assim aconteceu com eles. É muita aflição para a família. Estamos muito tristes" lamentou.

Cerca de 30 bombeiros atuam na localidade no resgate às vítimas. Do lado de fora do imóvel, vizinhos e parentes se revezam para tentar ajudar. As ruas cobertas de lama e pedaços de destroços mostram o drama vivido pelas famílias.

"Eu não pude pegar nada da minha casa. Ela foi interditada com tudo dentro. Estou aqui do lado de fora só com a roupa do corpo, com fome e cansada. Passei a noite acordada vendo os bombeiros tentarem resgatar essa família. É uma cena de filme de terror. Eu estou arrasada" desabafou Maria de Fátima da Silva, de 53 anos, moradora que teve a casa, que fica atrás do imóvel da família, interditada após o deslizamento do barranco.

A diretora da Creche Escola Suzane Izahias, Elza Irani, unidade onde Maitê estuda, esteve no local para dar apoio aos parentes da menina. Ela contou que a criança estava muito feliz no dia que foi matriculada.

"A mãe dela esteve na creche em fevereiro para fazer a matrícula. Ela estava tão feliz, contente e animada. É uma criança muito animada. Eu vim aqui ajudar a família, não consigo imaginar que algo assim iria acontecer com ela" lamentou.

Mais um desabamento
A manicure Thais Tavares, de 30 anos, estava em casa atendendo uma cliente quando foi surpreendida por um raio que bateu no telhado da casa. Ela e a cliente correram para dentro do imóvel e se esconderam. Ela notou que estava descendo muita água na escada e a filha dela de 13 anos foi abrir o portão para tentar escoar. Foi nesse momento que o imóvel veio abaixo. Thais conseguiu sair para chamar ajuda. Já a cliente ficou presa nos escombros, sendo socorrida com vida pelos bombeiros.

"Eu perdi tudo. Foi horrível. Eu estava atendendo a cliente na varanda e o raio caiu na minha casa. A gente tomou um susto e correu. Minha filha ficou em estado de choque e pediu para eu pular. Eu comecei a gritar por socorro porque achei que a casa ia cair em cima de mim" contou.

Corrida contra o tempo
Por volta das 9h desta terça-feira (14), a equipe da Defesa Civil que está no local autorizou a família da casa ao lado de onde aconteceu o desabamento a tirar os móveis.

O operador de máquinas Daniel Pires, de 34 anos, é amigo de infância de Alan e também teve a casa interditada pela Defesa Civil na manhã desta terça-feira. Daniel estava embarcado quando recebeu a notícia de não poder acessar o imóvel. Na ocasião, ninguém estava no endereço. Ele conta que foi avisado por parentes sobre o desabamento ocorrido ao lado.

"A gente nunca imaginou que algo assim ia acontecer com a gente. Estamos mais preocupados com a família que está ali. Somos nascidos e criados juntos, amigos de infância. Eram pessoas de bem, pessoas maravilhosas. A gente está torcendo que ainda encontrem eles com vida. Eu estava no porto de Niterói quando fui avisado. Minha família não estava em casa por sorte. Eu retirei alguns móveis de casa por segurança. Não sei como vai ser os próximos dias. Material a gente trabalha e recupera, agora o importante é a vida deles" disse o vizinho.

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