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CONTAS PÚBLICAS

Desprezo pelas contas públicas aproxima Trump e Kamala Harris, diz economista-chefe do Bradesco

A possibilidade de vitória do republicano representa um risco de guerra comercial no mundo

Donald Trump e Kamala Harris Donald Trump e Kamala Harris  - Foto: Kamil Krzaczynski / AFP e Mandel Ngan / AFP

O economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato Barbosa, disse nesta quinta-feira, 31, que o desprezo pelas contas públicas aproxima os dois candidatos das eleições norte-americanas, o republicano Donald Trump e a democrata Kamala Harris. Por outro lado, eles se distanciam quando se olha para as agendas de imigração e da relação com a China.

Durante participação em evento promovido pela BB Asset, Honorato observou que Kamala indica a continuidade das políticas de mais gastos do atual presidente Joe Biden, enquanto a agenda de Trump tem maior foco em redução de impostos.

Essa convergência no relaxamento fiscal, pontuou o economista-chefe do Bradesco, acontece num momento em que os Estados Unidos já apresentam o segundo pior déficit das contas públicas do mundo, o que leva a taxa de juros de longo prazo (dez anos) dos Treasuries para 4,2%.

Já em relação à postura dos Estados Unidos frente à China, Honorato diz que a posição de Trump é mais agressiva do que a de Kamala. A possibilidade de vitória do republicano representa, assim, um risco de guerra comercial no mundo. Isso porque o resto do mundo não vai observar impunemente o desvio das exportações chinesas a seus mercados se Trump levar adiante a promessa de aumentar tarifas de importação.

No tema da imigração, Kamala, destacou Honorato, também parece ter uma posição menos dura do que Trump.

"O fato é que os Estados Unidos têm uma taxa de desemprego baixa, e com menos imigração a prancheta dos economistas vai dizer que a oferta de trabalho vai aumentar menos", comentou o economista-chefe do Bradesco, acrescentando que a situação pressionaria os salários

Nesse sentido, emendou, iniciativas que levem a mais inflação podem interromper o corte de juros nos Estados Unidos, o que vai ser ruim a economias emergentes. "Trump é mais imprevisível do que Harris", resumiu.
 

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