GUERRA NO ORIENTE MÉDIO

Destruição de casas em Gaza é "crime de guerra", diz especialista da ONU

Em um mês de bombardeios israelenses, 45% das casas em Gaza foram danificadas, ou destruídas, afirmou Balakrishnan Rajagopal

Palestinos procuram sobreviventes nos escombros no norte da Faixa de Gaza Palestinos procuram sobreviventes nos escombros no norte da Faixa de Gaza  - Foto: Bashar Taleb/ AFP

O bombardeio incessante de Israel a residências e infraestruturas civis na Faixa de Gaza é um "crime de guerra", assim como os ataques indiscriminados com foguetes do Hamas contra residências israelenses, afirmou um especialista independente da ONU nesta quarta-feira (8).

Em um mês de bombardeios israelenses, 45% das casas em Gaza foram danificadas, ou destruídas, afirmou Balakrishnan Rajagopal, alertando que esta devastação representa um "tremendo preço para a vida humana" e é estritamente proibida pelo direito internacional.

"Realizar hostilidades sabendo que destruirão e danificarão sistematicamente casas e infraestruturas civis, fazendo com que toda uma cidade - como Gaza - esteja inabitável para os civis, é um crime de guerra", afirmou o relator especial da ONU sobre o direito à moradia adequada.

Quando estes atos são "direcionados contra a população civil, também equivalem a crimes contra a humanidade", acrescentou o especialista independente, nomeado pela ONU, mas que não expressa opiniões em nome da organização.

Rajagopal ressalta, ainda, que as casas de civis em Israel não são alvo militar, advertindo que o lançamento indiscriminado de foguetes de Gaza e de outros lugares por parte do Hamas também é considerado "um crime de guerra".

O especialista usou o termo "domicídio" para fazer referência aos ataques sistemáticos e maciços contra casas e infraestruturas civis que causam mortes e e sofrimento.

"Atualmente, estão cometendo [um domicídio] em Gaza", afirmou.

Para ele, os bombardeios israelenses contra rotas de fuga e "zonas seguras" são "uma violação cruel e descarada do direito humanitário internacional", que se baseia na distinção entre alvos civis e militares.

Mesmo quando combatentes se refugiam em casas de civis, como foi relatado nos recentes bombardeios sobre o acampamento de refugiados de Jabaliya, "nenhum direito à autodefesa no âmbito do direito internacional pode cobrir tais ataques", disse Rajagopal.

Quase 1,5 milhão de pessoas estão deslocadas na Faixa de Gaza, devido à destruição e aos apelos israelenses para evacuar o norte do território, segundo dados da ONU.

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