tragédia

Devastador incêndio florestal no Havaí deixa 80 mortos

Biden decretou estado de catástrofe natural na ilha, o que permitirá liberar "fundos federais à provisão dos dependentes no condado de Mauí", afirmou a Casa Branca

Incêndio florestal no Havaí devastou Lahaina, no oeste de MauíIncêndio florestal no Havaí devastou Lahaina, no oeste de Mauí - Foto: Patrick Fallon / AFP

O devastador incêndio florestal que arrasou esta semana uma localidade do arquipélago americano do Havaí deixou 80 mortos, informaram as autoridades do condado de Mauí, em meio às crescentes críticas da população local sobre a gestão da crise.

"O número de mortos chega a 80", informou o condado do Mauí em uma atualização regular da situação, acrescentando que 1.418 pessoas foram levadas para abrigos de emergência.

As críticas à reação oficial ao desastre são cada vez mais fortes. E, nesse contexto, a procuradora-geral do Havaí, Anne Lopez, anunciou a abertura de uma investigação sobre como a crise foi tratada. Moradores reclamaram que não houve alertas sobre o incêndio, que deixaram as pessoas presas na localidade.

Lopez disse que faria "uma revisão detalhada da tomada de decisão crítica e das políticas em vigor que levaram, durante e depois, aos incêndios florestais nas ilhas de Mauí e do Havaí esta semana".

Neste sábado (12), os bombeiros continuaram lutando contra as chamas na arrasada localidade de Lahaina, ao oeste da ilha do Mauí, apoiados pela seca. Antes do incêndio, tinha cerca de 12 mil habitantes.

Enquanto isso, seus moradores vasculhavam, atordoados, os restos enegrecidos das casas em busca de pertences que sobreviveram à fúria das chamas. Alguns tiveram sorte.

"Não consegui acreditar", disse Keith Todd à AFP depois de encontrar sua casa intacta.

"Estou muito agradecido, mas ao mesmo tempo é tão devastador", lamentou.

Outros se queixaram da falta de estética. "Contamos apenas com o boca a boca", denunciou o morador William Harry, em entrevista à AFP.

O Mauí registrou cortes de luz, e o número 911 de emergência parou de funcionar em algumas zonas das ilhas. E sirenes de alerta de incêndios não foram acionadas.

O número de mortos supera o do tsunami de 1960, que deixou 61 mortos na ilha do Havaí.

"Profunda tristeza"
As equipes de busca usam cães para acompanhar as vítimas do governador Josh Green disse ser "provavelmente o maior desastre natural da história do estado do Havaí".

"O que vimos hoje (sexta) foi catastrófico", disse Green após percorrer a área histórica de Lahaina, antiga capital do Reino do Havaí no início do século XIX.

As chamas devastaram mais de 800 hectares em duas ilhas do arquipélago americano e forçaram a retirada de milhares de pessoas, algumas das quais se jogaram na água para se protegerem do fogo.

O presidente americano, Joe Biden, decretou estado de catástrofe natural no Havaí, o que permitirá liberar "fundos federais à provisão dos dependentes no condado de Mauí", explicou a Casa Branca. Já o papai manifestou sua "tristeza profunda" pela tragédia.

Os incêndios aguardam na madrugada de terça-feira e seu avanço rápido pôs em risco residências, empresas e serviços públicos, assim como mais de 35.000 pessoas na ilha de Maui, informou a Agência de Gestão de Emergências do Havaí.

"Não resta nada, tudo foi embora, é um povoado fantasma", disse Sarai Cruz, 28 anos, que fugiu de Lahaina com os pais, a irmã e seus três filhos. Brandon Wilson, um canadense que seguiu ao Havaí com a mulher, disse que "parece que alguém chegou e bombardeou toda a cidade".

Em meio à emergência, 100 moradores se jogaram na água para fugir do fogo, informou à rede da TV CNN o comandante da Guarda Costeira Aja Kirksey, ressaltando que cerca de 50 foram resgatados no mar.

- 'Cadáveres na água' -
Equipes de Honolulu chegaram a Mauí na sexta-feira, junto com equipes de busca e resgate equipadas com cães K-9 para detectar corpos, disse o condado do Mauí.

A agência anunciou um toque de acomodação durante toda a noite. No dia anterior, moradores como Kekoa Lansford estavam alertados sobre a presença de "cadáveres flutuando na água e no calçadão".

"Estamos tirando as pessoas... Estamos tentando salvar suas vidas, e sinto que não estamos recebendo a ajuda de que precisamos", disse ela à CBS.

As autoridades do condado pediram a todos os visitantes que deixassem a ilha "o mais rápido possível" e organizaram o ônibus para levar os turistas ao aeroporto de Kahului, de acordo com um comunicado publicado no Facebook.

O terminal aéreo já recebeu centenas de turistas que ficaram retidos, pois seus voos foram cancelados, ou atrasados.

Eventos climáticos extremos atingem o mundo nas últimas semanas, os quais, segundo os cientistas, foram exacerbados pela mudança climática.

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