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África do Sul

Devastador incêndio no Parlamento da África do Sul recomeça, após pausa

Em menor proporção, o incêndio continuava ativo na parte mais antiga do local

Fumaça sobe da Assembleia Nacional, a principal câmara dos edifícios do Parlamento Sul-Africano, pós um incêndio que irrompeu na véspera, reiniciado, em 3 de janeiro de 2022, na Cidade do CaboFumaça sobe da Assembleia Nacional, a principal câmara dos edifícios do Parlamento Sul-Africano, pós um incêndio que irrompeu na véspera, reiniciado, em 3 de janeiro de 2022, na Cidade do Cabo - Foto: Rodger Bosach / AFP

Depois de ficar sob controle na manhã desta segunda-feira (3), o incêndio devastador que destruiu parte do Parlamento sul-africano na Cidade do Cabo no domingo (2) recomeçou, pouco antes das 17h locais (12h no horário de Brasília) - disseram os bombeiros à AFP.

"O incêndio se reavivou no teto do edifício que abriga a Assembleia Nacional", declarou à AFP Jermaine Carelse, porta-voz dos bombeiros da cidade. 

De manhã, diante do arrefecimento das chamas como um todo, os serviços de emergência haviam anunciado que apenas de dez a 20 bombeiros permaneceriam no local. Então em menor proporção, o incêndio continuava ativo na parte mais antiga. Nela, há vários tesouros, entre obras de arte e patrimônio que remontam ao século XVII.

Não houve vítimas, mas os danos foram catastróficos. O incêndio começou no domingo por volta das 5h (00h de Brasília) na parte mais antiga do edifício, que remonta a 1884. As partes mais recentes da construção datam de 1920 e 1980. 

Em algumas áreas do prédio, as temperaturas ainda estavam em 100 graus Celsius, alertou Jean-Pierre Smith, membro da Comissão de Segurança da Prefeitura da cidade.

Ainda não se determinou a extensão da devastação causada pelo incidente que destruiu completamente a sede da Assembleia Nacional.

O porta-voz do Parlamento, Moloto Mothapo, contou que o teto da Assembleia desabou. "A Câmara inteira, onde os membros legislavam, foi queimada", descreveu.

O complexo era composto por três partes: o prédio que abrigava a Assembleia Nacional; uma ala onde ficava a Câmara Alta, ou Conselho Nacional das Províncias; e a parte histórica mais antiga, onde os parlamentares costumavam se reunir.

Os presidentes das duas câmaras e membros do governo devem se reunir ainda nesta segunda-feira para fazer um primeiro balanço da situação. 

Um suspeito detido

Jean-Pierre Smith indicou que todo complexo foi danificado, devido ao incêndio, mas também por causa das toneladas de água usadas para conter as chamas.

"A temperatura ainda é de 100 graus, o que torna difícil medir a extensão dos danos", acrescentou Smith.

De acordo com os primeiros elementos da investigação, o incêndio teve dois focos. Além disso, o fechamento de uma tomada d'água impediu que o sistema automático de extinção de incêndios funcionasse corretamente. 

Nas próximas 24 horas, será enviado um relatório para o presidente Cyril Ramaphosa. Ele esteve no local da tragédia no domingo. 

A polícia informou, nesta segunda, que indiciou um suspeito de 49 anos, detido dentro do complexo do Parlamento.

O homem - que será levado à Justiça na terça-feira (4) - foi indiciado por "invasão de propriedade" e por "incêndio criminoso". Também será julgado por ter atentado contra uma propriedade do Estado, declarou a unidade de elite da polícia sul-africana em um comunicado.

Esta é a segunda vez em menos de um ano que o Parlamento é danificado pelo fogo. Em março, um incêndio foi declarado, mas, ao contrário de hoje, acabou rapidamente controlado. 

Foi neste enorme edifício vitoriano, de tijolos vermelhos e de fachada branca, que o último presidente da era do Apartheid, Frederik de Klerk, anunciou, em fevereiro de 1990, o fim do regime racista.

Na África do Sul, a Cidade do Cabo abriga o Parlamento, enquanto a sede do Executivo fica em Pretória.

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