SAÚDE MENTAL

Dezembrite: psicóloga ensina como identificar e lidar com a síndrome do final de ano

Psicóloga Mariana Pinheiro, especialista na Holiste Psiquiatria, oferece insights valiosos sobre a natureza dessa síndrome e estratégias para lidar com seus impactos

Os sintomas estão relacionados às expectativas e simbologias atribuídas ao períodoOs sintomas estão relacionados às expectativas e simbologias atribuídas ao período - Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

À medida que o final do ano se aproxima, muitas pessoas experimentam um fenômeno psicológico conhecido como "síndrome do final de ano" ou "dezembrite", que é caracterizado por sintomas como ansiedade, rebaixamento de humor, irritabilidade, angústia e estresse. A psicóloga Mariana Pinheiro, especialista na Holiste Psiquiatria, oferece insights valiosos sobre a natureza dessa síndrome e estratégias para lidar com os impactos.

Os sintomas estão relacionados às expectativas e simbologias atribuídas ao período, que, por vezes, levam as pessoas a sentirem-se pressionadas ou insatisfeitas em relação ao que conseguiram ou não realizar, como também à sobrecarga e o acúmulo de funções e demandas.

Além disso, as festividades de final de ano convocam ideais de união, amor e companheirismo, principalmente em relação às famílias, impactando aquelas pessoas que se encontram distante desta realidade ou mesmo vivenciam processos de luto.

"Importante estar atento ao aparecimento de sintomas como agitação, irritabilidade, impaciência, dificuldade para dormir, sinais de desmotivação e desânimo. Isso pode se desenvolver para quadros de ansiedade mais intensa e de humor deprimido", pontua a psicóloga.

Familiares e amigos podem adotar uma postura mais acolhedora, evitando julgamentos e críticas depreciativas, bem como comentários de desqualificação ou simplificação do sofrimento que a pessoa pode experienciar. Não endossar exigências e pressões sociais sobre o que a pessoa deveria ter conseguido realizar ou não também se torna importante, visando a não potencialização da autocobrança e sentimento de frustração.

Mas essa também é uma tarefa para o autocuidado.

"Refletir de modo mais acolhedor sobre os desafios e conquistas experienciados ao longo do ano e sobre o que foi possível pode auxiliar no manejo com frustrações e potencialização de sintomas", explica Mariana.

 

É importante a construção de planejamentos, tanto em relação às finanças como no alcance de metas a curto, médio e longo prazo, o que pode auxiliar na construção processual de avanços e no manejo de possíveis dificuldades e limitações.

Outro aspecto válido diz respeito ao acolhimento de sentimentos, desejos e necessidades, independente do período do ano, criando assim uma importante ferramenta para o exercício do autoconhecimento e gerenciamento emocional. 

"Lidar com a aceitação daquilo que é possível ser e fazer é um caminho para acolhermos o que damos conta e também para buscar ferramentas para a construção daquilo que desejamos", diz Mariana.

 

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