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Dezenas de milhares de palestinos fogem dos combates na Cidade de Gaza

O Exército anunciou nesta terça-feira que continua sua "operação antiterrorista na Cidade de Gaza"

A polícia israelense protege uma estrada enquanto a fumaça sobe após o lançamento de foguetes do sul do Líbano A polícia israelense protege uma estrada enquanto a fumaça sobe após o lançamento de foguetes do sul do Líbano  - Foto: Jalaa Marey / AFP

Israel continuou nesta terça-feira (9) sua ofensiva terrestre contra o Hamas na Cidade de Gaza, forçando dezenas de milhares de palestinos a fugir em busca de segurança em outras partes do sitiado território, conforme relatos da ONU.

Soldados israelenses travam intensos combates contra o movimento islamista Hamas e seus aliados nesta cidade do norte da Faixa de Gaza, que se encontra devastada após nove meses de guerra.

Ambos os lados retomarão as negociações indiretas no Catar na quarta-feira, em busca de um cessar-fogo e da libertação de reféns.

Fontes próximas às conversas indicaram que os chefes da CIA, William Burns, e dos serviços de inteligência israelenses, David Barnea, se encontrarão em Doha com o primeiro-ministro do Catar, um mediador crucial.

Burns já se reuniu na terça-feira no Cairo com o presidente egípcio, Abdel Fatah al-Sisi, outro mediador do conflito junto com o Catar e os Estados Unidos.

O Hamas, que governa Gaza desde 2007 e lançou o ataque contra Israel em 7 de outubro que desencadeou a guerra, acusou na segunda-feira o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu de bloquear as negociações.

"Os massacres, assassinatos e deslocamentos" na Cidade de Gaza e as "consequências catastróficas" dos eventos atuais podem "devolver as negociações ao ponto de partida", advertiu o líder político do Hamas, Ismail Haniyeh.

O Exército israelense lançou uma operação terrestre no bairro de Shujaiya, no leste da Cidade de Gaza, em 27 de junho, expandindo depois sua ofensiva para as áreas do centro, onde "dezenas de milhares de pessoas" receberam ordens de evacuação, segundo a ONU.

"O que vamos comer?" 
A Agência de Direitos Humanos da ONU declarou estar "consternada" com as ordens de evacuação, que obrigaram os deslocados a fugir para áreas no oeste e no sul da cidade, também alvos de ataques e onde "civis estão sendo mortos".

O Exército anunciou nesta terça-feira que continua sua "operação antiterrorista na Cidade de Gaza", com residentes informando sobre disparos, "explosões e vários tiroteios".

“A primeira pergunta que fazemos todas as manhãs é a mesma: o que vamos comer hoje?”, relatou na segunda-feira Maysa Saleh, representante da ONG Norwegian Refugee Council.

Especialistas da ONU acusaram Israel de realizar uma “campanha de fome direcionada”, resultando na morte de crianças na Faixa de Gaza.

“Trinta e quatro palestinos morreram de desnutrição desde 7 de outubro, a maioria deles crianças”, acrescentaram os especialistas, nomeados pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, mas que não falam em nome da ONU.

A organização internacional não declarou oficialmente fome em Gaza. Mas para estes especialistas, incluindo para o relator especial da ONU sobre o direito à alimentação, Michael Fakhri, “não há dúvida” de que a fome se espalhou do norte de Gaza para o centro e o sul do território.

Entre os escombros 
Durante a noite, o Exército também anunciou que bombardeou "terroristas" que "utilizavam a estrutura de uma escola na área de Nuseirat", no centro.

Imagens da AFP mostraram crianças e socorristas realizando buscas entre os destroços da escola, que pertence à Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA).

A guerra começou em 7 de outubro, quando milicianos islamistas mataram 1.195 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251 no sul de Israel, segundo contagem da AFP com base em dados oficiais israelenses.

O Exército israelense estima que 116 pessoas ainda estejam em cativeiro em Gaza, incluindo 42 que teriam morrido.

Em resposta, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas e lançou uma ofensiva em Gaza que já matou 38.243 pessoas, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território.

Um alto funcionário do Hamas indicou no domingo que o movimento não exigia mais um cessar-fogo permanente antes de iniciar negociações para a libertação de reféns.

O gabinete do primeiro-ministro israelense afirmou que "qualquer acordo permitiria a Israel lutar até que todos os objetivos da guerra sejam alcançados", ou seja, a destruição do Hamas e a libertação de todos os reféns.

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