Dia da Consciência Negra: caminhada em alusão à data reúne público em Olinda
Encontro tem sete pontos de parada, onde pessoas podem conhecer história e legado dos negros no município
Pela primeira vez na história, o Dia da Consciência Negra é celebrado com feriado em Pernambuco e, para rememorar a história e o legado dos negros, nesta quarta-feira (20), o Afoxé Alafin Oyó celebrou a Caminhada Afroturística Olinda Negra, no Sítio Histórico da cidade. A data de hoje homenageia Zumbi dos Palmares e a resistência à escravidão no Brasil.
Por volta das 9h30, dezenas de pessoas saíram do Mercado da Ribeira com destino a sete pontos que, além de serem patrimônios imateriais da cidade, possuem significado importante para a história do povo preto. São cerca de três horas de caminhada. O roteiro prevê, além do Mercado, os Quatro Cantos, o Largo do Amparo, Alto da Sé, Largo do Bonsucesso, a Praça do Baobá e a Sede do Afoxé Alafin Oyó.
Segundo o produtor cultural Fabiano Santos, que também é presidente do Afoxé Alafin Oyó, o motivo de o Mercado da Ribeira ter sido escolhido como o ponto de partida se dá pela ressignificação e persistência negra em se fazer presente na história da cidade. Entre 1803-1813, segundo dados do arquivo público e relatos da Vigilância Sanitária, além de produtos, a população escravizada também era vendida no Mercado da Ribeira.
"A gente traz essa ressignificação atemporal para instituir novas narrativas sobre essa colonização perpétua, que precisa se romper, não pelo fato de este dia ter se tornado feriado, mas por causa de toda uma luta e toda uma contra narrativa existente e materializada em documentos. Isso precisa ser visibilizado e dado de forma mais contundente as pessoas", comentou.
Representatividade
O secretário de Desenvolvimento Econômico de Olinda, Alexandre Miranda, explicou à reportagem da Folha de Pernambuco como funciona a parceria do município com o evento que acontece, geralmente, todos os meses do ano, mas que ganha caráter especial, neste dia 20 de novembro de 2024.
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"Nós já fizemos muitas parcerias. A sede do Afoxé Alafin Oyó é uma gestão compartilhada com a Prefeitura de Olinda. Esse projeto conta a história do legado negro da cidade, pelas tradições e cultura. Eles [os negros] fizeram e deixaram marcas nessa história. É, também, uma forma de abrir a cidade, que foi construída pelo povo negro, para contar essa história", concluiu.