Dia de Finados: especialista comenta como amenizar a dor diante da procura psicológica
Com a pandemia da Covid-19, o sentimento de perda tomou novas proporções. Redes de apoio podem ajudar no processo do luto
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O Dia de Finados, celebrado no dia (2) de novembro em todo o Brasil, trata-se de uma data de reflexão, e principalmente de lembranças e homenagens aos entes queridos. Por essa razão, o aumento da dor e sofrimento leva familiares e amigos a se reunirem para a visitação a jazigos daqueles que já partiram.
“Muitas famílias costumam ir juntas aos cemitérios para relembrar as memórias de seus entes queridos e dar suporte uns aos outros. Também há aqueles que preferem um momento particular para essa visita”, comenta a psicóloga do luto do Morada da Paz, Simône Lira.
Em razão da Covid-19, o Cemitério e Crematório Morada da Paz, localizado em Paulista, na Região Metropolitana do Recife, não realizará missas e demais celebrações religiosas. Mas a visitação estará funcionando normalmente.
Aqueles que desejarem permanecer em suas residências sem deixar de prestar homenagens poderão acessar a plataforma Morada da Memória (www.moradadamemoria.com.br) e acender velas virtuais, escrever textos, além de anexar fotos e vídeos.
Durante a visitação, será obrigatório o uso contínuo de máscaras, como também a prática de distanciamento social e o uso de álcool 70%. “Desta forma, muitas famílias pensam em optar pelas cerimônias religiosas on-line e ritualizações e encontros familiares de forma virtual, garantindo assim uma maior segurança às pessoas que se incluem no grupo de risco”, afirma a psicóloga.
Perdas para a Covid-19
Para a psicóloga Simone Lira, diante do novo coronavírus, vários familiares passaram a absorver o sentimento de culpa por vivenciar a “falsa esperança” com seus familiares nas redes hospitalares. “Todo esse sentimento e os processos de luto se tornam fatores de riscos, de forma que esses não são determinantes, porque o processo de luto é individual. Tudo vai estar ligado a fatores, se a pessoa tem recursos [de apoio emocional] ou não.”, lamenta Lira.
“A Covid-19 traz esse cenário de fatores que podem complicar os processos. Muitos grupos de apoio se mobilizaram para as pessoas enlutadas pela doença, em processo de prevenção mental e tentativa de prevenção nesses processos de luto.”, complementou.
Redes de apoio
Em apoio ao luto e suporte psicológico, profissionais da saúde visam a contribuir na saúde mental das pessoas enlutadas. Para isso, idealizaram a iniciativa Núcleo Germinar. Os atendimentos serão realizados tanto de forma presencial como on-line. Em caso de dúvidas, poderão entrar em contato pelo telefone (81) 7902-2536.
“O estar junto, ouvindo cuidadosamente e respeitando os desejos de quem está enlutado pela perda do ente querido pode ser restaurador nesse momento em que poder compartilhar a dor é importante para amenizá-la, na medida do possível”, indica a psicóloga do luto.