Dia Mundial do Autismo com programação e novos métodos de convivência
A doença, que é uma condição neurológica permanente, atinge cerca de 1% da população mundial
A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu, desde 2007, o 2 de abril como o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. A doença, que é uma condição neurológica permanente, atinge cerca de 1% da população mundial, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
No próximo domingo (2), haverá uma longa programação para marcar a data. Em Paulista, na Região Metropolitana do Recife (RMR), haverá uma caminhada na avenida Beira Mar, no bairro do Janga, com concentração às 9h. A programação inclui também a primeira exposição fotográfica sobre autismo, com o tema "Venha conhecer meu mundo azul", organizada pela ONG Mães Guerreiras do Paulista. Começa às 14h, no Paulista North Way Shopping.
No Recife, um encontro realizado no restaurante Greenmix, em Boa Viagem, na Zona Sul, vai discutir a alimentação saudável para autistas. Os interessados devem se inscrever no site.
Para os moradores do Agreste, a Secretaria de Educação de Garanhuns sedia desde o dia 27 a Semana do Autista. Nesta sexta-feira (31), uma caminhada sairá às 9h do Parque Euclides Dourado em direção ao Centro da Cidade. No sábado (1), haverá panfletagem nas ruas da cidade; no domingo (2), recreação no espaço Educativa.
Autistas
Com algumas limitações para desenvolver aprendizados como fala e escrita, crianças com o espectro autista têm encontrado uma metodologia que agiliza o aprendizado em Jaboatão dos Guararapes, na RMR. Fernanda Cristian é uma psicopedagoga que há 10 anos trata crianças com dificuldades de desenvolvimento e há três anos tem atraído pais de crianças com autismo.
Com grande utilização de métodos lúdicos, como imagens, músicas e tecnologias, Fernanda recebe em uma clínica as crianças e seus pais. “Cada atendimento é feito individualmente e adaptado para cada criança. Algumas tem um pouco mais de limitações, mas conseguimos com o tempo fazer com que essas crianças possam ter um desenvolvimento bom para que possam acompanhar outras crianças que não têm autismo”, garante.
Segundo a psicopedagoga, estas crianças precisam de estímulos diferentes. “Eles não gostam muito de longos discursos. Então temos de ser lúdicos. Usamos até violão para crianças que não têm sensibilidade auditiva”, afirmou. Ela usa imagens e músicas para estimular as crianças a falar e escrever. As sessões podem durar entre 30 e 50 minutos e podem acontecer até três vezes por semana. Ela garante ainda que o tratamento deve ser multidisciplinar e contar com fonoaudiólogos, psicólogos e terapeutas ocupacionais.
Para o empresário Eduardo Jackson, 34, o tratamento ajudou muito o filho Lucas, de cinco anos. “Percebemos que ele não estava se desenvolvendo como o esperado e o autismo foi diagnosticado. Começamos um tratamento com a fonoaudióloga, mas ele não era alfabetizado, então percebemos que os resultados não eram suficientes. Ficamos sabendo do tratamento de Fernanda e começamos quando ele ainda tinha dois anos”, afirmou.
“Hoje, ele já fala e escreve e isso nos dá uma calma porque sabemos que no futuro ele vai precisar para entrar na faculdade ou trabalhar”, lembra. “Mas sei que o tratamento não é barato e já vi muitas crianças que não conseguiram o mesmo desenvolvimento que o Lucas”, afirmou.
Autismo
O que é?
O que caracteriza o autismo são aspectos observáveis que indicam déficits na comunicação e na interação social, além de comportamentos repetitivos e áreas restritas de interesse. Essas características estão presentes antes dos 3 anos de idade, e atingem 0,6% da população, sendo quatro vezes mais comuns em meninos do que em meninas.
Diagnóstico
É clínico e realizado através de observação direta do comportamento e de uma entrevista com os pais ou responsáveis. Ainda não há marcadores biológicos e exames específicos para autismo, mas alguns exames, tais como mapeamento genético, teste do pezinho, sorologias para sífilis, rubéola e toxoplasmose, audiometria e testes neuropsicológicos são necessários para investigar causas e outras doenças associadas.
Sintomas
Os sintomas costumam estar presentes antes dos 3 anos de idade, sendo possível fazer o diagnóstico por volta dos 18 meses de idade.
Tratamento
A intervenção é feita com abordagens psicoeducacionais, orientação familiar, desenvolvimento da linguagem e/ou comunicação. Um programa é estabelecido de forma a respeitar as capacidades de cada indivíduo.