CIÊNCIA

Diabetes: diagnóstico antes dos 60 triplica risco de demência, afirma estudo; entenda

Pesquisa diz que quadro pode ser evitado com mudanças simples no estilo de vida, como: ter uma alimentação saudável e praticar exercícios

Cientistas investigam a relação do pré-diabetes com a demência. Cientistas investigam a relação do pré-diabetes com a demência.  - Foto: Pixabay

Um grupo de pesquisadores descobriu que o risco de desenvolver demência é maior em pessoas com diagnóstico precoce para diabetes tipo 2. Naqueles em que a confirmação desse distúrbio for antes dos 60 anos, a ameaça é quase três vezes maior comparado a quem não apresenta a condição.

No entanto, quando o indivíduo tem pré-diabetes, mas não evolui para um quadro diabético, o risco para as complicações cognitivas é baixo.

A pesquisa foi publicada na revista científica Diabetologia, e a intenção dos cientistas era investigar a relação do pré-diabetes com a demência. Além de entender se a idade em que a pessoa chegasse ao diabetes influenciava uma maior chance de ter o problema cognitivo.

O pré-diabetes é um estágio em que o nível de açúcar no sangue se encontra num meio-termo entre o normal e o índice elevado comum ao diabetes. Pesquisas já indicam que 70% das pessoas com pré-diabetes terão diabetes em algum momento da vida.

Porém, o quadro pode mudar com um acompanhamento médico, mudança no estilo de vida, ter uma alimentação mais saudável e praticar exercícios físicos, por exemplo.

Para a realização da pesquisa, cientistas analisaram por anos cerca de 11 mil americanos. De início, foram identificados aqueles que apresentavam pré-diabetes — 2.330. Com o passar dos anos, cerca de 44% desse público evoluiu para diabetes.

Em paralelo, dados sobre a presença de demência também era investigada pelos pesquisadores por meio de visitas recorrentes aos participantes.

"O pré-diabetes é associado com o risco de demência, mas esse risco é explicado pelo subsequente desenvolvimento do diabetes", resumem os autores.

Os pesquisadores então dividiram os diabéticos em quatro grupos considerando o momento que eles passaram a ter o problema de saúde: antes dos 60 anos, entre 60 e 69 anos, no intervalo de 70 a 79 e, por último, entre 80 e 93 anos.

Eles concluíram que, quanto mais cedo o diagnóstico de diabetes for feito, maior a chance de a demência aparecer. Para aqueles com diabetes antes dos 60 anos, o risco era quase três vezes maior para a complicação cognitiva.

No público mais velho, por outro lado, esse percentual caiu para 13%, o que foi considerado pelos pesquisadores como um dado estatisticamente irrelevante. Foi justamente por essa conclusão que os autores apontam a importância de evitar ou pelo menos retardar ao máximo a evolução do pré-diabetes para o diabetes.

"Tomados em conjunto, nossos achados sugerem que a prevenção da progressão do pré-diabetes, especialmente em indivíduos mais jovens, pode ser uma maneira importante de reduzir a carga de demência", escreveram os cientistas.

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