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Direitos das mulheres afegãs são questão interna, diz governo talibã

Grupos de direitos humanos denunciaram a exclusão de mulheres afegãs de questões de direitos humanos na agenda

Porta-voz do Taliban discursa numa conferência de imprensa em Cabul, em 29 de junho de 2024. Um porta-voz do Taliban discursa numa conferência de imprensa em Cabul. Porta-voz do Taliban discursa numa conferência de imprensa em Cabul, em 29 de junho de 2024. Um porta-voz do Taliban discursa numa conferência de imprensa em Cabul.  - Foto: AHMAD SAHEL ARMANO/AFP

O governo talibã afirmou neste sábado (29) que a exigência dos direitos das mulheres é “uma questão do Afeganistão”, antes de participar das negociações organizadas pela ONU, nas quais a exclusão das mulheres afegãs provocou indignação.

O governo talibã, que desde que assumiu o poder em 2021 impôs restrições às mulheres denunciadas como “segregação de gênero” pela ONU, enviará pela primeira vez uma delegação à terceira rodada de negociações que começa domingo no Catar.

Grupos de direitos humanos denunciaram a exclusão de mulheres afegãs das principais reuniões e a ausência de questões de direitos humanos na agenda.

Representantes da sociedade civil, incluindo grupos de mulheres, participarão em reuniões com enviados internacionais e funcionários da ONU na terça-feira, após as negociações oficiais.

As autoridades “estão cientes das questões relativas às mulheres”, disse o porta-voz do governo talibã, Zabihullah Mujahid, em coletiva de imprensa em Cabul. “Mas essas questões são questões do Afeganistão”, acrescentou Mujahid, que liderará a integração.

“Estamos trabalhando para encontrar um caminho lógico para soluções no Afeganistão para que, Deus nos livre, o nosso país não volte a cair no conflito e na discórdia”, declarou.

A ONU lançou estas negociações em maio de 2023 para aumentar a progressão internacional com as autoridades talibãs.

Os talibãs não foram convidados para a primeira rodada de negociações em Doha no ano passado e rejeitaram o convite para a segunda em fevereiro, exigindo que os únicos representantes fossem afegãos em detrimento dos grupos da sociedade civil convidados.

“Se os afegãos participarem através de vários canais, significa que ainda estamos dispersos, que a nossa nação ainda não está unificada”, disse Mujahid neste sábado.

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