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ANVISA

Diretor da Anvisa rebate Lula e reclama de falta de servidores

Último concurso para a agência reguladora aconteceu em 2013

Antonio Barra Torres, diretor-presidente da AnvisaAntonio Barra Torres, diretor-presidente da Anvisa - Foto: Pedro França/Agência Senado

O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, respondeu à cobrança feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva por rapidez na liberação de medicamentos afirmando que faltam servidores, e que o governo foi alertado pela agência sobre isso.

A fala de Lula foi feita em um evento no interior de São Paulo na sexta-feira, 23. Em resposta, Barra Torres divulgou uma carta aberta no final do dia dizendo que a atual gestão sabe sobre o déficit de pessoal na agência reguladora desde 2022. O último concurso para a Anvisa aconteceu em 2013.

“O atual Governo Federal foi alertado que o número insuficiente de servidores traria impacto direto no cumprimento da missão da Agência, desde o Gabinete de Transição, logo após as eleições de 2022, quando os diretores da Anvisa foram convidados a expor e detalhar essa carência de pessoal, e quatro ofícios foram encaminhados, à época”, escreveu Barra Torres.

Mais cedo, o presidente brasileiro disse em Hortolândia (SP) que "não é possível o povo não poder comprar remédio porque a Anvisa não libera".

--- Essa é uma demanda que nós vamos tentar resolver --- afirmou Lula, após reclamação do bilionário Carlos Sanchez, dono da EMS, que pediu mais agilidade na autorização de remédios.

Lula continuou:

--- Quando algum companheiro da Anvisa perceber que algum parente dele morreu porque o remédio que poderia ser produzido aqui não foi produzido porque eles não permitiram, aí a gente vai conseguir que ela seja mais rápida e atenda melhor os interesses do nosso país.

"A fala, entristece, agride, avilta e, acima de tudo, enfraquece a Anvisa, internamente e no cenário internacional, onde é referência para inúmeros países, fruto de árduo trabalho, por mais de 25 anos. Nenhuma morte é necessária. Nenhuma morte de familiar é necessária. Necessário é que mais pessoas possam se somar a nós, em nosso trabalho. Necessário é que gestores públicos, responsáveis por gerar condições de trabalho, cumpram com seus deveres e não terceirizem suas próprias responsabilidades", respondeu o diretor-presidente da Anvisa.

Em agosto de 2024, a Anvisa solicitou ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) a autorização para um novo concurso público com 91 vagas de níveis médio e superior. O pedido foi feito devido ao número insuficiente de trabalhadores e ao aumento das tarefas de trabalho. A proposta ainda não foi aprovada.

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