Diretor do DCE da UnB é retirado à força do Senado durante votação do novo ensino médio
Diretor do DCE da UnB protestava contra o projeto do Novo Ensino Médio
O estudante de geografia e diretor do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade de Brasília (UnB), Caio Sad, foi retirado à força da sessão da Comissão de Educação do Senado Federal durante votação para o Novo Ensino Médio, nesta quarta-feira, 19.
"Por que os estudantes não podem opinar? Por que os estudantes estão sendo agredidos nessa comissão? Isso é um absurdo! Os estudantes estão sendo agredidos nessa comissão! A gente está fazendo uma manifestação silenciosa contra o absurdo que é esse projeto e a gente está sendo agredido", diz Caio ao ser contido por seguranças.
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O momento foi gravado e publicados nas redes sociais do DCE. Nas imagens, é possível ver Caio sendo levando pelos corredores do Senado à força para fora da sessão.
Caio protestava contra o projeto do Novo Ensino Médio, que propõe mudanças na carga horária e no currículo dos estudantes do Brasil.
Ao Estadão, o diretor do DCE conta que, junto a grupo de estudantes, foi à sessão para acompanhar a votação. Ele conta que levaram cartazes demonstrando a contrariedade ao PL.
"A gente decidiu levantar os cartazes em uma manifestação silenciosa sobre esse tema. Eu levantei um cartaz em que estava escrito: 'revogação completa da reforma no ensino médio'. Nesse momento, a segurança do Senado chegou tomando o cartaz da nossa mão, dizendo que não é permitido levantar cartazes no Senado", relata Sad.
Confira o vídeo do perfil da União Nacional dos Estudantes (UNE):
ABSURDO!
— UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES (@uneoficial) June 19, 2024
Na votação do novo ensino médio que está ocorrendo hoje no senado, diversos estudantes que estavam manifestando contra foram agredidos. Entre eles estava Caio Sad diretor do DCE da UnB, que foi agredido e preso por lutar contra o NEM. Não aceitamos tal postura não tem… pic.twitter.com/TqnSmABvf1
Segundo o estudante, ao serem questionados sobre o motivo, os seguranças não deram explicação sobre a proibição e pediram para que os manifestantes se retirassem.
"Dissemos que estávamos ali de forma silenciosa para acompanhar a votação e levantamos o cartaz para expressar nossa opinião. Nesse momento, ele [os seguranças] segurou pelo braço e começou a tirar a gente da sala", diz.
A reportagem entrou em contato com a assessoria do Senado, mas não teve retorno até o momento da publicação deste conteúdo.
Durante a sessão, a Comissão de Educação aprovou o Projeto de Lei sobre a reforma. O próximo passo é avaliação, com pedido de urgência, pelo Plenário da Casa.