Diretora do FMI alerta para impacto econômico do conflito na Ucrânia
Crise já causa alteração nos preços da energia e pode afetar a economia mundial
A diretora-gerente do FMI instou nesta quarta-feira (2) que se encontre uma solução pacífica para o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, destacando que a crise já tem impacto nos preços da energia e representa uma ameaça ao crescimento global.
"Em um momento de maior incerteza para o crescimento da economia mundial, as tensões geopolíticas só complicam a situação e já vemos isto em termos de impacto nos preços da energia", disse Kristalina Georgieva, entrevistada pelo The Washington Post.
"Realmente esperamos que haja uma solução diplomática, pelo povo da Ucrânia e também pela necessidade de uma recuperação sustentada da economia mundial", acrescentou.
Leia também
• Rússia reivindica apoio da China na disputa com Ocidente
• Ucrânia quer 'paz' com Moscou, mas recebe armas para se defender
• EUA e Rússia querem manter diálogo, mas Washington pede 'desescalada imediata'
A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) pediu uma abordagem "pragmática" para acabar com esse conflito, evitando uma escalada e sanções das Nações Unidas e dos Estados Unidos que "inevitavelmente" teriam repercussões para todo o mundo.
Georgieva lembrou que o FMI está em processo de implementação de um pacote de ajuda de US$ 2,2 bilhões para a Ucrânia "entre agora e junho". Também disse que o Fundo está pronto para fornecer assistência adicional, se necessário, para a Ucrânia e outros países que seriam afetados pelo conflito.
A Rússia concentrou até 100.000 soldados na fronteira com a Ucrânia desde o final de 2021, segundo o Ocidente, que acusa Moscou de se preparar para atacar este país.
Moscou nega qualquer plano nesse sentido, exigindo garantias por escrito para sua segurança, incluindo a recusa de adesão da Ucrânia à Otan e o fim do reforço militar da Aliança Atlântica no Leste, em particular nas antigas repúblicas soviéticas.