Homicídio

Dissidentes das Farc matam quatro menores indígenas na Amazônia colombiana

Os menores tinham sido recrutados à força pelos rebeldes, que se distanciaram do acordo de paz de 2016

Cerca de 3 mil combatentes das Farc estão prestes a iniciar um novo processo de paz com o governo de Gustavo PetroCerca de 3 mil combatentes das Farc estão prestes a iniciar um novo processo de paz com o governo de Gustavo Petro - Foto: Joaquin Sarmiento/AFP

Quatro menores da etnia indígena Murui foram mortos na Amazônia colombiana por dissidentes das Farc, que estão em trégua bilateral com o governo, informou a Defensoria do Povo neste domingo (21).

Os menores tinham sido recrutados à força pelos rebeldes, que se distanciaram do acordo de paz de 2016, que desarmou a ex-guerrilha mais poderosa da América, segundo informações iniciais das comunidades indígenas na região.

A entidade que cuida dos direitos humanos confirmou a denúncia e detalhou, em nota, que "quatro crianças e adolescentes, membros da comunidade indígena Murui", foram executados nas fronteiras dos departamentos de Caquetá e Amazonas (sul) "depois de terem desertado" da frente Carolina Ramírez, uma das facções dissidentes das Farc que aderiu a um cessar-fogo bilateral planejado pelo governo em 1º de janeiro.

Reunidas sob o nome de Estado-maior Central das Farc (EMC), estas frentes não aderiram ao acordo e têm cerca de 3.000 combatentes prestes a iniciar um novo processo de paz com o governo do presidente Gustavo Petro, apesar de várias violações à trégua.

Nem as autoridades, nem os indígenas informaram as idades dos falecidos. Até agora sabe-se apenas do nome de um deles: Luis Alberto Matías Capera, recrutado no fim de março em um povoado do departamento (estado) vizinho de Putumayo, morto a tiros em 17 de maio, juntamente com outros três menores.

Petro qualificou o múltiplo homicídio de "um crime hediondo, uma bofetada na paz" e antecipou "medidas frente a estes fatos".

Consultados por vários jornalistas por meio de aplicativo de mensagens, porta-vozes do EMC informaram que "não serão dadas declarações a respeito até que não se tenha a informação totalmente comparada" com suas frentes nesta área.

A Colômbia vive um conflito armado que persiste após o acordo de paz e no qual se enfrentam rebeldes, narcotraficantes e agentes do Estado em uma prolongada guerra que já deixou mais de 9 milhões de vítimas.

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