Djamila vai ao Ministério Público questionar lucro do Twitter em ofensa a mulher negra
A escritora Djamila Ribeiro e um grupo de coletivos do movimento negro apresentaram representação ao Ministério Público Federal pedindo a abertura de um inquérito contra o Twitter
A escritora Djamila Ribeiro e um grupo de coletivos do movimento negro apresentaram representação ao Ministério Público Federal pedindo a abertura de um inquérito contra o Twitter. O grupo critica a conduta da rede social em relação aos discursos de ódio disseminados por usuários, especialmente as ofensas e ameaças a mulheres negras.
O pedido à Procuradoria abrange uma indenização por dano coletivo pela empresa, a ser destinada a um fundo de combate à discriminação, e a criação de um órgão externo ao Twitter para definir diretrizes de combate ao ódio contra minorias na rede social.
Fazem parte da representação a Mahin (Organização de Mulheres Negras), a Unegro-SP (União de Negros pela Igualdade) e a Conaq (Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas).
Djamila Ribeiro afirma que o objetivo não é buscar a responsabilização dos indivíduos separadamente, mas cobrar o Twitter para que melhore suas políticas, punindo quem faz os discursos de ódio na plataforma em vez de lucrar com as agressões sofridas pelos usuários que são alvo das ofensas.
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"Aqui no Brasil, para as mulheres negras o Twitter é mais problemático porque faz essa exploração econômica do racismo e da misoginia. Já fui atacada várias vezes no Twitter. Isso vai para o trending topics (assuntos mais comentados da rede social), aí os anunciantes anunciam e você está lá recebendo uma série de ataques. A plataforma não muda a política, não toma nenhuma medida e ainda continua recebendo mais anúncios e dinheiro", afirma ela.
No fim de julho, a escritora fez boletim de ocorrência após sua filha sofrer ameaças na rede social. Procurado, o Twitter diz ter regras que determinam os conteúdos e comportamentos permitidos na plataforma, que elas seguem em constante evolução para que seus usuários se sintam mais seguros e que violações estão sujeitas às medidas cabíveis.