Dois agentes chineses são acusados de espionagem nos EUA
Suspeitos teriam fornecido mais de US$ 60 mil em bitcoins a agente duplo, em troca de documentos relacionados a processo legal contra empresa chinesa
Dois agentes de inteligência chineses foram acusados, nesta segunda-feira (24), em Nova York, de tentar interferir em um processo nos Estados Unidos contra uma empresa de telecomunicações chinesa.
O Departamento de Justiça acusou Wang Zhen e He Guochun de obstrução da justiça. Este último também foi acusado de lavagem de dinheiro.
A acusação afirma que eles pagaram um informante americano - que na realidade trabalhava como agente duplo -, que acreditavam ter recrutado em uma agência do governo para que fornecesse documentos relacionados a um processo legal contra a empresa chinesa, em mil troca de US$ 61.000 em bitcoins.
O processo não especifica o nome da empresa envolvida e indica apenas que se trata de um grupo global de telecomunicações com sede na China.
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Os detalhes se assemelham ao caso contra a Huawei, a gigante chinesa das telecomunicações, processada em 2019 nos Estados Unidos por roubo de segredos comerciais e por burlar sanções, entre outras acusações.
Desde janeiro de 2019, quando foram anunciadas as acusações contra a Huawei, os dois agentes chineses tentaram repetidamente obter informações confidenciais sobre as testemunhas, as provas reunidas para o julgamento e possíveis novas acusações contra a empresa, "em um esforço para interferir no processo".
Sua fonte foi recrutada em 2017, mas ela "começou a trabalhar como agente dupla do governo dos Estados Unidos", sob a supervisão do FBI, afirma a acusação.
O FBI produziu documentos falsos, classificados como "secretos", que foram entregues aos agentes chineses. He Guochun pagou cerca de 41.000 dólares em bitcoins por um deles no ano passado.
Os agentes chineses reconheceram que transmitiram a informação à empresa de telecomunicações, e que esta última tinha conhecimento da operação de espionagem que se prolongou até 2022.
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