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AMÉRICA DO NORTE

Dois candidatos às eleições municipais são assassinados no México

Candidata a prefeita e um candidato a deputado foram mortos

Policiais no local do assassinato de Gisela GaytánPoliciais no local do assassinato de Gisela Gaytán - Foto: Oscar Ortega/AFP

Uma candidata à prefeitura de um município no conturbado estado mexicano de Guanajuato (centro) foi morta a tiros juntamente com um candidato ao Legislativo municipal, um crime que foi condenado nesta terça-feira (2) pelo presidente Andrés Manuel López Obrador.

Horas após o ataque, o Ministério Público do estado de Celaya confirmou que a vítima havia sido a candidata à prefeitura pelo partido Morena, Gisela Gaytán.

Nesta terça-feira, as autoridades confirmaram que Adrián Guerrero, que concorria a uma vaga no legislativo municipal, morreu em decorrência dos ferimentos sofridos durante o ataque.

"É um dia triste porque ontem assassinaram a candidata à prefeitura de Celaya. Estes acontecimentos são muito lamentáveis, há pessoas que lutam para fazer valer a democracia", disse López Obrador no início de sua coletiva de imprensa matinal.

A candidata foi assassinada na tarde de segunda-feira na comunidade de San Miguel Octopan, em Celaya, onde se reunia com apoiadores. Durante a visita, após passar por um jardim da cidade, foram ouvidas diversas explosões que causaram pânico na multidão, segundo imagens das câmeras de segurança do local.

"A candidata à prefeitura (...) foi assassinada com tiros de armas de fogo e mais três pessoas ficaram feridas", detalhou o comunicado do Ministério Público estadual. Guerrero, que foi atingido por um dos tiros, morreu posteriormente em um hospital.

Pedido de segurança 
Na segunda-feira, o governador de Guanajuato, Diego Sinhue, do partido conservador PAN, disse na rede social X que o ataque contra Gaytán "não ficará impune".

Ele acrescentou que o governo do estado coordenará esforços para que os candidatos a cargos públicos tenham proteção das autoridades.

Gaytán tinha acabado de iniciar sua campanha eleitoral na segunda-feira com uma coletiva de imprensa na qual anunciou que o seu partido havia solicitado proteção para a campanha.

López Obrador indicou em sua coletiva de imprensa que recomendou a Sinhue que destituísse o promotor de Guanajuato devido à ausência de "resultados". Este estado é considerado o mais violento do México, com mais de 3.000 homicídios em 2023, o maior número do país.

Também afirmou que a candidata não teria recebido a segurança por parte do governo do estado, reforçando que este é um fato que deve ser investigado.

Celaya é uma das áreas de Guanajuato com presença do cartel de Santa Rosa de Lima, em guerra contra o Jalisco Nueva Generación, considerado um dos grupos criminosos mais poderosos do país.

Em coordenação com as autoridades eleitorais, o governo federal oferece proteção aos candidatos à Presidência, ao Congresso e a nove governos estaduais.

As autoridades locais devem responder às solicitações dos candidatos a cargos estaduais e municipais.

Segundo um relatório da Presidência, até segunda-feira foram apresentados 108 pedidos de segurança, dos quais 86 já foram atendidos.

A violência ligada ao crime organizado que atinge o México afeta políticos de diversos partidos, sobretudo aqueles que ocupam ou concorrem a cargos municipais e estaduais.

No último sábado (30), o prefeito do município de Churumuco, no estado de Michoacán (oeste), Guillermo Torres, foi assassinado.

De 4 de junho de 2023 a 26 de março de 2024, 50 pessoas foram assassinadas em "episódios de violência eleitoral", das quais 26 concorriam a cargos eleitorais, segundo a consultoria Laboratório Eleitoral.

Desde dezembro de 2006, quando o governo federal lançou uma controversa ofensiva militar contra as drogas, mais de 420 mil pessoas foram assassinadas no México, a maioria delas vítimas de atos criminosos, segundo dados oficiais.

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