Dois furacões ameaçam os Estados Unidos
Segundo a mídia americana, os furacões gêmeos não têm precedentes no Golfo do México
Dois furacões ameaçam atingir a costa dos Estados Unidos no Golfo do México, segundo meteorologistas, enquanto a tempestade Laura já causou pelo menos 8 mortes no Haiti e na República Dominicana.
Segundo a mídia americana, os furacões gêmeos não têm precedentes no Golfo do México desde que os registros começaram há 150 anos.
O Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC) relatou que a tempestade tropical Marco "se tornou um furacão com ventos máximos de 120 km/h com rajadas mais altas". No entanto, Marco deve enfraquecer "rapidamente" assim que chegar à costa, acrescentou. Marco, se fortalece rumo ao estado da Louisiana, nos Estados Unidos, onde deve chegar na segunda-feira.
Laura deixa vítimas
O NHC prevê que a tempestade Laura se tornará furacão na terça-feira e na quarta-feira também atingirá a área costeira dos Estados Unidos.
Laura está causando "chuvas torrenciais e inundações potencialmente mortais" no Haiti, informou o NHC. No Haiti, foram registradas pelo menos cinco mortes em decorrência da passagem de Laura. Entre as vítimas está uma menina de 10 anos que morreu depois que uma árvore caiu em sua casa, de acordo com um relatório oficial divulgado à AFP.
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Uma mulher foi levada para o sudeste enquanto tentava atravessar um rio, enquanto outra mulher e dois homens morreram em Porto Príncipe devido à tempestade, embora nenhum detalhe adicional tenha sido fornecido.
Na República Dominicana, com a qual o Haiti compartilha a ilha Hispaniola, Laura deixou três mortos em Santo Domingo. Desde o início da manhã deste domingo, Laura causou chuvas moderadas a constantes em várias cidades dominicanas, também acompanhadas de ventos. Mais de um milhão de pessoas estavam sem energia. Vinte das 32 províncias estão em estado de "alerta vermelho".
Alerta laranja
A temporada de tempestades no Atlântico, que vai até novembro, pode ser especialmente severa neste ano. O Centro Nacional de Furacões dos EUA espera 25 e Laura é a décima segunda até agora.
No Haiti, muitos moradores com água até os joelhos tentavam neste domingo salvar o que restou de suas casas inundadas. Os vendedores viam as águas das ruas levarem suas mercadorias. "Eu não sabia que havia uma previsão de tempo ruim. Muitas vezes falta eletricidade na minha vizinhança, então eu não conseguia ouvir as notícias no rádio", disse Sony Joseph em Porto Príncipe.
Embora a virulência da pandemia de Covid-19 tenha sido relativamente baixa no Haiti, com 8.050 casos positivos e 196 mortes atribuídas oficialmente ao vírus, as autoridades pretendem prevenir uma possível propagação da epidemia pelos desastres naturais.
"Coloquem as máscaras e respeitem as distâncias, especialmente nos abrigos temporários. Com a Covid, temos uma capacidade de recepção consideravelmente menor", disse o ministro do Interior, Audain Fils Bernadel, durante uma coletiva de imprensa.
Todos os anos, de junho a novembro, o Haiti fica sob a ameaça de ciclones, mas as fortes chuvas são suficientes para ameaçar a vida dos cidadãos mais desfavorecidos, forçados a viver em áreas de risco, perto de canais ou barrancos cheios de lixo.
Cuba se prepara
Cuba aguardava neste domingo a tempestade tropical Laura, que deve atingir quase todo o seu território por 36 horas.
As primeiras regiões afetadas seriam Guantánamo, Holguín, Las Tunas e Camagüey, com tempestades e algumas inundações costeiras em Punta de Maisí, extremo leste do país, segundo as previsões. Todos esses setores já vivem o prelúdio da tempestade, com céu nublado e chuvas fortes. As áreas recreativas da costa foram evacuadas, informou Rafael Pérez, presidente do Conselho de Defesa de Guantánamo.
Em outras cidades do leste, pequenas evacuações foram realizadas, sem relatar oficialmente grandes mobilizações populacionais. O gado foi transferido para regiões mais seguras e os produtos agrícolas estavam sendo colhidos, para evitar perdas.
O centro da tempestade deve chegar à capital Havana na tarde de segunda-feira e partir em direção ao mar na madrugada de terça-feira, possivelmente através do Pinar Rio (extremo oeste), rumo ao noroeste.
O evento climático ocorre quando Cuba ainda mantém a pandemia de Covid-19 sob controle, com 3.682 casos registrados no balanço de sábado e 91 mortes. A maior concentração de casos nos últimos quinze dias se deve a um surto na capital.