Dois membros do conselho da oposição bielorrussa são presos
Serguei Dilevski, presidente do comitê de greve da fábrica, e Olga Kovalkova foram presos pela polícia antidistúrbios
Dois membros do "conselho de coordenação", criado pela oposição bielorrussa para impulsionar uma transição política após as controversas eleições presidenciais de 9 de agosto, foram presos nesta segunda-feira (24) em Minsk, informaram seus aliados.
Serguei Dilevski, presidente do comitê de greve da fábrica, e Olga Kovalkova foram presos pela polícia antidistúrbios na entrada da fábrica de tratores de Minsk, disse à AFP Denis Sadvoski, aliado político de Kovalkova. O serviço de imprensa da oposição confirmou as prisões, afirmando que ocorreram "devido a um procedimento administrativo", o que pode estar vinculado à manifestação em massa não autorizada que aconteceu domingo na capital.
Olga Kovalkova, acompanhada de outro membro deste conselho, o advogado Maxim Znak, apresentou na sexta-feira uma denúncia no Tribunal Supremo, solicitando a anulação da eleição presidencial, oficialmente vencida pelo presidente Alexander Lukashenko com 80% dos votos.
Leia também
• Protestos contra a ditadura voltam a reunir mais de 100 mil na Belarus
• Lukashenko ordena ao exército defender a integridade territorial de Belarus
• Chefe da oposição de Belarus desafia o presidente Lukashenko
O anúncio dos resultados, considerados fraudulentos, desencadeou um movimento de protesto sem precedentes, com a presença de quase 100.000 manifestantes nas ruas de Minsk, em 16 e 23 de agosto. A oposição considera que a opositora Svetlana Tikhanovskaya, atualmente refugiada na Lituânia, é a vencedora. Ela criou o "conselho de coordenação" para organizar uma transição do poder.
De visita na Ucrânia, o chefe da diplomacia alemã, Heiko Maas, reiterou o pedido da União Europeia (UE) ao líder bielorrusso para que aceite o diálogo e possa resolver uma "situação crítica". "Acredito que Lukashenko tenha visto que nessas últimas semanas as ruas estão cheias de manifestantes. Por isso, pedimos para não recorrer à violência e respeitar os direitos dos protestantes", acrescentou.