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Prisão

Dono do Telegram, Pavel Durov comparecerá a um tribunal após ser detido na França

Ele é suspeito de não tomar medidas para impedir o uso da plataforma para fins criminosos

Pavel Durov, CEO do TelegramPavel Durov, CEO do Telegram - Foto: Steve Jennings / Getty Images North America / AFP

O CEO do Telegram, Pavel Durov, comparecerá neste domingo (25) a um tribunal francês após ter sido detido em um aeroporto de Paris por delitos relacionados ao popular serviço de mensagens, informaram fontes judiciais à AFP.

A Rússia acusou a França de "negar-se a cooperar" depois que a polícia francesa prendeu na noite de sábado o bilionário franco-russo de 39 anos no aeroporto de Le Bourget, ao norte da capital.
 

Uma fonte próxima ao caso informou que Durov chegava de Baku, no Azerbaijão.

A agência francesa de prevenção da violência contra menores, OFMIN, havia emitido um mandado de prisão contra Durov como parte de uma investigação preliminar sobre vários crimes, incluindo fraude, tráfico de drogas, assédio cibernético, crime organizado e promoção de terrorismo, indicou uma das fontes envolvidas no caso.

Durov é suspeito de não tomar medidas para impedir o uso da plataforma Telegram para fins criminosos.

"Chega de impunidade do Telegram", disse um investigador do caso, que afirmou ter sido surpreendido pela chegada de Durov a Paris sabendo que ele era procurado.

França "se recusa a cooperar"
As autoridades russas disseram que haviam solicitado acesso a Durov, mas não receberam resposta da França.

"Pedimos imediatamente às autoridades francesas que explicassem as razões dessa detenção e exigimos que seus direitos fossem protegidos e que o acesso consular fosse concedido. Até agora, a parte francesa se recusa a cooperar nessa questão", declarou a embaixada da Rússia em Paris em um comunicado divulgado pela agência de notícias Ria Novosti.

O empresário Elon Musk, dono da rede social X, publicou a hashtag #FreePavel (#PavelLivre) e comentou em francês "Liberté Liberté! Liberté?" (Liberdade Liberdade! Liberdade?).

O Telegram se posicionou como uma alternativa às plataformas de mensagens americanas, criticadas por sua exploração comercial dos dados pessoais dos usuários.

O aplicativo de mensagens criptografadas comprometeu-se a nunca revelar informações sobre seus usuários.

Entrevista 
Em uma entrevista concedida em abril ao apresentador americano de direita Tucker Carlson, Durov afirmou que teve a ideia de lançar um aplicativo de mensagens criptografadas após receber pressões do governo russo quando trabalhava no VK, uma rede social que criou, antes de vendê-la e deixar a Rússia em 2014.

O empresário, que estabeleceu a sede do aplicativo em Dubai elogiando a "neutralidade" dessa cidade, afirmou a Carlson que as pessoas "amam a independência. Também adoram a privacidade, a liberdade, (há) muitas razões pelas quais alguém se mudaria para o Telegram".

Durov afirmou então que a mensageira tinha mais de 900 milhões de usuários ativos.

Ao ter sua sede nos Emirados Árabes Unidos, o Telegram se protegeu das leis de moderação, em um contexto de pressão dos países ocidentais sobre as grandes plataformas para que removam conteúdos ilegais.

O Telegram permite grupos de até 200.000 membros, o que provocou acusações de que facilita a propagação viral de informações falsas, bem como o compartilhamento de conteúdos neonazistas, pedófilos, conspiracionistas e terroristas.

O serviço de mensagens concorrente, WhatsApp, introduziu limites globais para o reenvio de mensagens em 2019 após ser acusado de permitir a disseminação de informações falsas na Índia que provocaram linchamentos.

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