Dono e marinheiro de lancha que explodiu em Cabo Frio, matando criança e homem, são indiciados
Justiça acolheu pedido para congelar bens dos dois para garantir indenizações e determinou o bloqueio de R$ 450 mil em contas
O dono e o marinheiro de uma lancha que explodiu nas proximidades da Ilha do Japonês, em Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio, em junho do ano passado, foram indiciados pela Polícia Civil por homicídio culposo (quando não há intenção).
No acidente, duas pessoas morreram: o menino Davi Freire Zerbone, de 4 anos, e Aleksandro Leão Vieira, de 36. Oito pessoas ficaram feridas e precisaram ser hospitalizadas.
De acordo com o inquérito da 126ª DP (Cabo Frio), o acidente foi causado pela substituição da tampa do tanque e por excesso de combustível no momento do abastecimento.
Os indiciados vão responder por dois homicídios culposos, cinco lesões corporais, incêndio e atentado à segurança marítima.
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Os agentes da delegacia de Cabo Frio apuraram ainda que a embarcação não possuía seguro. Assim, em julho de 2024 a Justiça acolheu o pedido para congelar os bens dos causadores do acidente com o propósito de garantir indenizações e evitar que os investigados transferissem os seus bens para terceiros.
Além do congelamento dos bens, a justiça determinou o bloqueio de R$ 450 mil em contas. O caso foi relatado ao Ministério Público.
O acidente ocorreu em 17 de junho. Onze pessoas estavam na lancha: além do marinheiro, dez turistas de Vitória, no Espírito Santo.
Casos
Cerca de um mês antes, em 10 de maio, outra explosão, entre o Canal de Itajuru e a Ilha do Japonês, deixou seis pessoas, incluindo três crianças. Naquela ocasião, o motor parou em meio a um passeio de turistas de Minas Gerais — após tentativas de religar a lancha, o equipamento superaqueceu e, em seguida, explodiu.
Também em maio, no dia 17, outra lancha explodiu próximo à Ilha do Papagaio. Cinco pessoas estavam na embarcação. Todos conseguiram escapar do fogo ao se jogarem no mar.