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SAÚDE

Dor do parto ou uma pancada nos testículos: o que causa mais dor?

As mulheres defendem que a dor do parto é a mais dolorosa da vida, mas os homens têm um contraponto forte; a ciência tem um veredicto

Especialistas afirmam que tanto o homem, quanto a mulher, tem dores tão dolorosas quando são diagnosticados com pedras nos rins : Especialistas afirmam que tanto o homem, quanto a mulher, tem dores tão dolorosas quando são diagnosticados com pedras nos rins :  - Foto: Unsplash/Pixabay

As mulheres afirmam que não há nada mais doloroso na vida do que a dor de um parto - pelas horas de duração e pela força descomunal que fazem. Entretanto, os homens têm um contragolpe e dizem que nenhuma dor chega perto do que uma pancada no saco escrotal. Mas qual dos dois dói mais?

Especialistas garantem que a dor nos testículos pode causar dor dupla — além de fazer se sentir mal, pode fazer vomitar e, dependendo da força, pode levar a pessoa para o hospital. A dor ainda é irradiada para a barriga, isso porque os testículos se desenvolveram originalmente no abdômen, antes de cair para o escroto pouco antes ou depois do nascimento. Além disso, o órgão é constituído por nervos e tecidos.

“Em seu nível mais básico, você sente dor por causa de receptores e nervos”, disse Nathan Starke, urologista e diretor da Clínica de Saúde Masculina do Hospital Metodista de Houston. “E a razão, do ponto de vista evolutivo, porque isso dói tanto levar uma pancada nos testículos é que eles são a chave para a produção de esperma”, explica.

Simplificando, seu corpo tem que doer, porque caso contrário você não se importaria em protegê-los de bolas de futebol perdidas. E você realmente precisa protegê-los, visto que suas gônadas são naturalmente indefesas.

“É quase impensável perguntar por que razão os ovários não descem durante o desenvolvimento embriológico e emergem fora da cavidade corporal da mulher num saco fino e desprotegido, mas isso ocorre devido à vulnerabilidade a danos e variações de temperatura. Ovários desprotegidos localizados fora da cavidade corporal seriam uma séria desvantagem reprodutiva”, escreveram autores em um artigo publicado na revista Evolutionary Psychology.

Dor do parto
Em poucas palavras, o parto é um processo que força um humano a sair de outro. Os seres humanos levam, em média, nove horas para dar à luz na primeira vez – mais do que um dia de trabalho e cerca de 30 vezes mais tempo do que outros animais, como o cavalo.

O nosso trabalho é notavelmente doloroso e complexo; os humanos são o único animal que necessita de ajuda para dar à luz e, apesar de toda a nossa tecnologia e higiene modernas, ainda sofremos taxas muito mais elevadas de mortes maternas e neonatais.
 

“Dado o tamanho materno, temos as gestações mais longas, em relação aos primatas, temos os bebês maiores e os maiores cérebros”, disse Holly Dunsworth, bioantropóloga da Universidade de Rhode Island. “Muitos afirmam que os quadris humanos poderiam ser mais largos do que são, sem impedir a nossa capacidade de andar. O que sempre vem a seguir é: 'então por que a pelve não fica mais larga para facilitar o parto?' E minha resposta é sempre: 'Porque é bom o suficiente. Testemunhe mais de sete bilhões de humanos no planeta', explicou a especialista”.

Como resultado temos horas de trabalho de parto doloroso, durante as quais os músculos se contraem incontrolavelmente, os ossos são empurrados para fora do caminho na tentativa de abrir um espaço para um bebê sair de dentro; o processo é bonito e perfeito, mas extremamente doloroso para as mulheres.

“A contração do parto é apenas uma grande cãibra muscular, à medida que todo o útero se contrai”, disse Bart Putterman, ginecologista e obstetra do Pavilhão Infantil para Mulheres do Texas.

Aspecto psicológico
Levar uma pancada nos testículos não é legal e dolorido, porém não dura horas ou dias a fio, piora progressivamente com o tempo, esgota seu corpo e mente ou, francamente, provoca você por nove meses antes. Quase dois terços das mulheres norte-americanas relatam um medo patológico de dar à luz – é tão comum que tem um nome: tokofobia.

Como resultado, os cientistas acreditam que não dá para medir as dores do parto e nem mesmo a da dor nos testículos. E falam que é um empate. Eles afirmam que os homens têm que agradecer por não sentirem a dor do parto e as mulheres serem gratas por não precisarem levar uma bolada nos testículos. Mas que ambos sofrem de uma dor tão aguda quanto que é a da pedra nos rins.

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