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GUERRA

Duas crianças morrem em ataque israelense a hospital no norte de Gaza, único disponível na região

Área é alvo de operação desde o início do mês; três soldados israelenses morreram por explosivos em Jabalia

Guerra em Gaza tem gerado uma crise humanitária no localGuerra em Gaza tem gerado uma crise humanitária no local - Foto: Bashar Taleb/AFP

O Ministério da Saúde em Gaza, sob controle do Hamas, informou nesta sexta-feira que duas crianças morreram no único hospital ainda em funcionamento no norte do território, após um ataque israelense atingir equipamentos de oxigênio.

Mais cedo, o órgão havia anunciado um cerco ao hospital Kamal Adwan, em Jabalia, que levou à detenção de mais de 150 pessoas, incluindo pacientes e funcionários. De acordo com o ministério, tanques israelenses chegaram por volta da meia-noite da noite anterior e dispararam contra o local.

Na mesma região, alvo de uma grande operação desde o início do mês, três soldados israelenses morreram por explosivos.

"Dois menores morreram na unidade de terapia intensiva após o falha dos geradores do hospital e com a estação de oxigênio como alvo", disse o Ministério da Saúde em comunicado. Forças israelenses "estão revistando o hospital e atirando em vários departamentos, aumentando o pânico e a ansiedade", acrescentou o comunicado.

Os militares disseram que as forças estavam operando dentro do hospital após “informações de inteligência sobre a presença de terroristas e aparatos terroristas na área”.

A operação gerou novas preocupações sobre o impacto da guerra nos civis, com o chefe de direitos humanos da ONU, Volker Turk, dizendo que o "momento mais sombrio" do conflito está acontecendo no norte de Gaza.

Comunicação
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse anteriormente ter perdido contato com a equipe do hospital desde a manhã de sexta-feira.

"Este desenvolvimento é profundamente preocupante, dado o número de pacientes atendidos e de pessoas abrigadas lá", disse em nota o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

O Ministério da Saúde de Gaza informou que as Forças de Israel "invadiram" o hospital, "detendo centenas de pacientes, funcionários médicos e alguns indivíduos deslocados de áreas vizinhas que buscaram refúgio". Israel, por sua vez, afirmou que permitiu a transferência de 23 pacientes do hospital na noite de quinta-feira, o que foi confirmado pela OMS.

Rik Peeperkorn, representante da OMS para os territórios palestinos, relatou ter testemunhado "caos e desordem" no hospital na quinta-feira.

Em um posto de controle próximo ao hospital, a equipe visitante da OMS viu "milhares de mulheres e crianças deixando a área, andando, mancando com seus poucos pertences" em direção à Cidade de Gaza, acrescentou.

'Esvaziando a área de palestinos'
O chefe de direitos humanos da ONU disse que "mais de 150 mil pessoas estão mortas, feridas ou desaparecidas em Gaza" desde o início da guerra, há pouco mais de um ano. Esse número pode "aumentar dramaticamente", advertiu ele, alertando que as ações de Israel no norte de Gaza "correm o risco de esvaziar a área de todos os palestinos".

Também no norte de Gaza, na sexta-feira, a agência de defesa civil de Gaza informou que ataques de drones israelenses mataram 12 pessoas que esperavam para receber ajuda perto do campo de refugiados de al-Shati. Não houve comentário imediato do exército.

Na cidade de Khan Younis, no sul de Gaza, nove crianças estavam entre as 14 pessoas mortas em um ataque israelense que atingiu a casa da família Fara, segundo Mahmud Bassal, da agência de defesa civil.

— O foguete caiu ao nosso lado, e ficamos soterrados sob os escombros — contou Umm al-Ameer al-Fara, que sobreviveu ao primeiro ataque. — Meus filhos e minha irmã morreram.

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A Defesa Civil de Gaza havia informado anteriormente que pelo menos 38 pessoas foram mortas por bombardeios israelenses durante o dia.

De acordo com essa fonte, pelo menos 12 pessoas foram mortas enquanto esperavam por ajuda humanitária no oeste da Cidade de Gaza, para onde dezenas de milhares de pessoas fugiram para escapar dos combates no norte, outras seis foram mortas em outros bombardeios na cidade e mais 20 em Khan Younis, no sul.

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