É possível ter alergia à água? Entenda a doença rara que acomete menos de 100 pessoas em todo mundo
Além da questão genética, fatores ambientais, como alterações hormonais ou exposição a produtos químicos, podem influenciar diretamente na gravidade da urticária aquagênica
A alergia à água é uma condição médica real, com relatos de caso que datam o final do século XX. Cientificamente, ela é nomeada como urticária aquagênica. Urticária é o termo médico utilizado para descrever uma erupção cutânea vermelha e elevada, que provoca coceira. Entende-se que essa reação alérgica surge de uma resposta imunológica anormal desencadeada pela interação da água com a pele.
De acordo com os professores Samuel J. Branco e Philippe B. Wilson, da Universidade Nottingham Trent, na Inglaterra, foi identificado um gene ligado à capacidade da pele de repelir o líquido.
"O gene FABP5 é crucial para a função da barreira cutânea. Mutações neste gene prejudicam a capacidade da pele de repelir água, ativando uma resposta inflamatória. Pense no seu sistema imunológico como um guardião vigilante, sempre alerta contra invasores. Na urticária aquagênica, a água de alguma forma desencadeia uma resposta de alarme. Isso leva à liberação de substâncias como a histamina, causando urticária, vergões e coceira", escrevem em um artigo para o The Conversation.
Além da questão genética, fatores ambientais, como alterações hormonais ou exposição a produtos químicos, podem influenciar diretamente na gravidade da condição.
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"A raridade da alergia à água aumenta a sua mística. Apesar da sua obscuridade, a doença deixa uma marca indelével nas pessoas afetadas, moldando as suas experiências de forma profunda e inesperada. As estimativas atuais sugerem que menos de 100 casos foram notificados em todo o mundo. Isso ressalta seu status como uma das formas mais raras de colmeia", comentam os pesquisadores.
Tratamentos
Os tratamentos conhecidos para a alergia, como anti-histamínicos e corticosteróides, oferecem alívio temporário, mas podem resolvem a causa principal.
"Terapias experimentais como a fototerapia (exposição da pele à luz ultravioleta) visam acalmar a resposta imunológica e reduzir a inflamação. Esta terapia mostrou-se promissora no alívio dos sintomas", apontam os especialistas.
Eles também recomendam a utilização de barreiras protetoras, como cremes emolientes, que podem ajudar a criar uma camada entre a pele e a água, visando reduzir a gravidade dos sintomas. Assim como acompanhamento psicológico, para melhorar a qualidade de vida de quem sofre com a condição.