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NATUREZA

Eclipse solar total vai abrir janela de 4 minutos sobre "segredos" da natureza

Fenômeno celeste será visível no México, nos EUA e no Canadá

Eclipse solarEclipse solar - Foto: Luis Acosta/AFP

Um eclipse total que será visível nesta segunda-feira (8) começando no México, passando pelos Estados Unidos e terminando no Canadá, atrai a atenção de milhões de pessoas, que veem nele uma oportunidade científica, econômica e até sentimental. O fenômeno celeste abrirá uma janela de quatro minutos para que cientistas coletem dados e tentem desvendar alguns segredos da natureza.

Alguns pesquisadores, por exemplo, vão se reunir em zoológicos para observar o comportamento de animais no momento em que a Lua bloquear o Sol. Em raras oportunidades anteriores, como a de hoje, estudiosos perceberam que espécies parecem reagir de forma inusitada à escuridão repentina. O professor Adam Hartstone-Rose, da Universidade Estadual da Carolina do Norte, disse à BBC que ficará de olho na movimentação de bichos como gorilas, girafas e tartarugas no zoológico de Fort Worth, no estado americano do Texas.

Durante o eclipse de 2017, as tartarugas começaram a se acasalar repentinamente, e os gorilas iniciaram suas rotinas para dormir. Já os flamingos se uniram para buscar proteção de um suposto inimigo desconhecido.

"Os flamingos, da última vez, fizeram uma coisa linda" disse Hartstone-Rose. "À medida que o eclipse aumentava, os adultos reuniram os filhotes no meio do rebanho e olharam para o céu como se estivessem preocupados com a chegada de um predador dos céus."

A equipe do professor planeja publicar os resultados da observação no dia seguinte ao eclipse.

Além do comportamento animal, cientistas esperam coletar dados e imagens de uma parte do Sol que eles vêm tentando estudar "há séculos", segundo a BBC — a chamada "coroa do Sol".

O projeto CATE (Citizen Continental-America Telescopic Eclipse) está mobilizando amadores e astrônomos profissionais pelo país para produzir imagens da coroa solar, a nuvem de plasma que contorna o astro, que é mais fácil de ver durante um eclipse total. A obstrução da luz solar direta permite capturar imagens da coroa sem ofuscar lentes de câmeras e fotografias tiradas ao longo da costa dos EUA permitirão produzir um filme de várias horas com a sequência de imagens.

Na Virgínia, a agência espacial vai lançar alguns foguetes de sondagem de porte médio que vão atingir a estratosfera, para medir como essa camada da alta atmosfera da Terra é afetada pela escuridão do eclipse. O projeto HamSCI, que reúne amadores de radiotransmissão, vai estudar como o eclipse afeta a ionosfera, camada crucial para tráfego das ondas de rádio.

O maior investimento da Nasa para o dia, porém, vai ser o uso de três jatos modelo WB-57, que vão decolar de Houston, no Texas, e perseguir o eclipse durante parte de sua trajetória, quando a umbra estiver cruzando a fronteira do México com os EUA. Os aviões estão equipados com câmeras e instrumentos científicos que serão usados também para estudar a ionosfera da Terra e a coroa solar.

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