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Crescimento

Economia do México segue crescendo, com 3,6% interanual no segundo trimestre

O setor de serviços da segunda maior economia da América Latina, atrás do Brasil, registrou o melhor desempenho na taxa interanual

O presidente do México, Andrés Manuel López-ObradorO presidente do México, Andrés Manuel López-Obrador - Foto: Nicholas Kamm/AFP

A economia do México segue com um desempenho positivo, com crescimento de 3,6% no segundo trimestre de 2023 em comparação com o mesmo período no ano passado, informou nesta segunda-feira (31) o Instituto Nacional de Estatística e Geografia (Inegi), embora analistas alertem que os riscos persistem.

Na comparação com o primeiro trimestre do ano, o resultado também foi positivo: a expansão do PIB alcançou 0,9%, indicou o relatório oficial.

O setor de serviços da segunda maior economia da América Latina, atrás do Brasil, registrou o melhor desempenho na taxa interanual, com uma expansão de atividade de 4,1%, enquanto o industrial cresceu 2,6% e a pesca, agricultura e pecuária, 2,5%, detalhou o Inegi em um comunicado.

A título de comparação, no primeiro trimestre do ano, a economia mexicana cresceu 3,7% em relação ao mesmo período de 2022.

Na avaliação semestral, "no primeiro semestre de 2023, com séries corrigidas de sazonalidade, o PIB oportuno (em sua primeira medição) aumentou 3,6% a taxa anual", disse o Inegi.

O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, expressou satisfação com esses dados econômicos durante sua coletiva de imprensa matinal. "Estamos indo bem", declarou.

Não é suficiente
No entanto, para analistas privados, apesar do acúmulo de sete trimestres de crescimento, a situação ainda não reflete o potencial da economia.

"O México mostrou um crescimento favorável nos últimos trimestres, mas com relação aos níveis pré-pandemia, a expansão do PIB é baixa se comparada a outros países", explicou a analista Gabriela Siller, do Banco Base, em nota à imprensa.

O grupo especializado em telecomunicações The Competitive Intelligence Unit apontou em uma análise que mesmo que o crescimento no segundo trimestre tenha sido acima do esperado, ainda pode haver sobressaltos.

"Persistem riscos para o avanço da economia mexicana, especialmente a partir das altas taxas de juros e sua possível persistência, que comprometem os incentivos para investir e consumir bens a curto prazo", explica a análise.

A taxa de juros de referência permanece em um máximo histórico de 11,25%, e o Banco do México (Banxico, o banco central)  anunciou em junho sua intenção de manter esse nível "por um período prolongado".

Essa política monetária, que visa encarecer o crédito e, assim, esfriar a economia, busca combater a inflação, que embora tenha se moderado para ficar em 5,06% em 12 meses, ainda está acima da meta oficial de 3, +/- um ponto percentual.

O PIB do México cresceu 3,1% no ano passado, após um salto de 5% em 2021, impulsionado por uma retomada das atividades após a paralisação produtiva em 2020 devido à pandemia de covid-19.

Em 31 de maio, o Banxico elevou sua previsão de crescimento da economia para 2023 para 2,3%, ante 1,6% anterior, devido ao bom desempenho da atividade durante o primeiro trimestre.

Os números finais do crescimento do PIB no segundo trimestre deste ano serão divulgados pelo Inegi em 29 de agosto.

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