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INTERNACIONAL

Economia europeia retoma caminho do crescimento

Crescimento beneficia-se do avanço da vacinação e da suspensão progressiva das restrições sanitárias

Banco Central da EuropaBanco Central da Europa - Foto: Daniel ROLAND / AFP

A economia europeia retomou sua trajetória de crescimento na primavera boreal (outono no Brasil), beneficiando-se dos avanços da campanha de vacinação contra a Covid-19 e da suspensão progressiva das restrições sanitárias - informam dados divulgados nesta sexta-feira (30) pelo Eurostat. 

O Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro subiu 2% no segundo trimestre do ano em relação ao trimestre anterior, o que marca uma volta do crescimento após seis meses de quedas, anunciou o escritório europeu de estatísticas.

Para o conjunto da União Europeia (UE), a alta foi de 1,9%. Entre as grandes economias, a Espanha foi a que mais cresceu (+2,8%), seguida de Itália (+2,7%), Alemanha (+1,5%) e França (+0,9%). 

No primeiro trimestre, o PIB da zona do euro havia caído 0,3%, após uma queda de 0,6% nos últimos três meses de 2020.

Os especialistas esperavam esta recuperação para o período abril-junho, graças ao levantamento das restrições sanitárias que paralisaram a atividade, especialmente nos setores de turismo, transportes, hotelaria e restauração.

"A economia europeia continua a trabalhar como um motor a diesel - leva tempo para arrancar, mas não a subestime depois de ganhar velocidade", disse Bert Colijn, economista do banco ING.

A recuperação foi particularmente forte na Espanha, que em termos anuais teve uma recuperação espetacular neste segundo trimestre. Seu PIB é quase 20% superior ao do mesmo período de 2020, marcado por um dos mais rígidos confinamentos e pela paralisação de todas as atividades econômicas não essenciais por duas semanas.

A economia espanhola contraiu 0,4% nos primeiros três meses de 2021, após ter sofrido um colapso histórico de 10,8% em 2020, uma das quedas mais fortes entre os países desenvolvidos.

Quanto à Alemanha, principal economia da zona do euro, seu crescimento foi menor do que o esperado, impulsionado principalmente por um aumento nos "gastos de consumo público e privado", segundo o escritório federal de estatística Destatis.

No primeiro trimestre, a queda do PIB foi de 2,1%, após revisão para baixo da estimativa anterior (-1,8%). A economia alemã contraiu menos do que em outros países europeus em 2020, -4,9%, mas parece se recuperar com menos força.

A melhora da economia se refletiu no mercado de trabalho. O índice de desemprego na zona do euro caiu em junho, situando-se em 7,7% da população ativa, contra os 8% registrados em maio, conforme o Eurostat. 

No conjunto da UE, o desemprego caiu 0,2 ponto percentual, a 7,1%. 

Em torno de 14,9 milhões de pessoas estavam desempregadas na UE em junho e, deste total, 12,5 milhões na zona do euro.

O ponto negativo do panorama econômico é a inflação, que aumentou 2,2% em julho na zona do euro. Superou a meta de 2% estabelecida pelo Banco Central Europeu (BCE), no momento em que a alta de preços ao consumidor preocupa os investidores. 

Essa tensão nos preços provoca nos mercados o temor de uma alta das taxas de juros. O BCE, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e muitos especialistas acreditam, porém, que esse aumento da inflação seja "temporário".

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