Edmundo González, rival de Maduro na eleição, pede asilo na Espanha e deixa a Venezuela
Ele é acusado pela ditadura de Maduro de conspiração, usurpação de funções, incitação à rebelião e sabotagem
O candidato opositor Edmundo González Urrutia, rival do ditador Nicolás Maduro nas eleições venezuelanas de 28 de julho e que estava refugiado na embaixada da Espanha após sofrer perseguição política, deixou a Venezuela e seguiu para a Espanha, onde havia pedido asilo político.
No X (antigo Twitter), o ministro das Relações Exteriores espanhol, José Manuel Albares, confirmou que Gonzáles estava indo à Espanha "a seu pedido" em uma aeronave da Força Aérea Espanhola.
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"O Governo da Espanha está comprometido com os direitos políticos e a integridade física de todos os venezuelanos", publicou o chanceler.
González é um dos principais alvos da perseguição política engendrada pelo regime de Maduro após as eleições de julho, que o governo alegou ter vencido, embora todas as evidências mostrem o contrário. Maduro se recusou a divulgar as atas eleitorais que comprovariam o resultado.
González passou a ser alvo de uma investigação centrada na divulgação de cópias das atas eleitorais em uma página web que atribui a ele a vitória nas eleições.
Ele é acusado pela ditadura de Maduro de conspiração, usurpação de funções, incitação à rebelião e sabotagem. A oposição liderada por María Corina Machado afirma que essa plataforma é prova da vitória de González Urrutia, com mais de 60% dos votos.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou Maduro vencedor das eleições, reeleito para um terceiro mandato de seis anos, sem apresentar a contagem detalhada mesa por mesa como exige a lei, alegando uma violação de seus sistemas.
A proclamação de Maduro desencadeou protestos em todo o país que resultaram em 27 mortos, 192 feridos e 2.400 detidos, entre eles mais de uma centena de menores de idade, embora 86 adolescentes já tenham sido liberados sob medidas cautelares.
O presidente responsabiliza Machado e González Urrutia pela violência e pediu prisão para ambos.
A saída de González é considerada um duro golpe em milhões de pessoas que depositaram suas esperanças em sua campanha inicial para pôr fim a duas décadas de governo de partido único.
A partida foi anunciada na noite de sábado pela vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez. Ela disse que o governo decidiu conceder a González passagem segura para fora do país, poucos dias depois de ordenar sua prisão, para ajudar a restaurar "a paz política e a tranquilidade do país".