Educação

Educação é 'o grande divisor' social, alerta chefe da ONU

Alerta foi feito durante a Cúpula para Transformar a Educação, que antecedeu a Assembleia Geral das Nações Unidas, iniciada nesta terça-feira (20)

Secretário-geral da ONU, António Guterres, na Cúpula para Transformar a EducaçãoSecretário-geral da ONU, António Guterres, na Cúpula para Transformar a Educação - Foto: Ed Jones / AFP

"Em vez de ser o grande facilitador, a educação está rapidamente se tornando o grande divisor social" - alertou o secretário-geral da ONU, António Guterres, na Cúpula para Transformar a Educação, um prelúdio da Assembleia Geral das Nações Unidas, que começa na terça-feira (20).

Cada pessoa nesta sala sabe que a educação transforma vidas, economias e sociedades, mas também sabemos que devemos transformar a educação (...) porque está em profunda crise, disse ele em uma sala cheia de participantes na cúpula.

Mas o mundo não vai superar essa crise, agravada pela pandemia da covid-19, "fazendo mais do mesmo, mais rápido, ou melhor", lembrou.

"É hora de transformar os sistemas educacionais", que promovam o "desenvolvimento individual" e ajudem as pessoas a "aprenderem com foco na solução de problemas e na colaboração", e contribuam para discernir, em tempos de desinformação desenfreada, as teorias da conspiração sobre as mudanças climáticas e os ataques aos direitos humanos.

Ecoando um relatório da Comissão Internacional sobre o Futuro da Educação, que critica que os sistemas atuais favorecem a competição por títulos, ele assegurou que os currículos estão desatualizados e não levam em conta a aprendizagem contínua, os professores são mal treinados, subvalorizados e mal pagos, e a tecnologia deixa de lado os alunos mais pobres.

A educação - lembrou ele - deve fornecer a base para o aprendizado, desde a leitura, a escrita, da matemática à ciência, tecnologia digital e habilidades sociais e emocionais, além de desenvolver a capacidade dos alunos de se adaptarem a um ambiente de trabalho em rápida transformação e enfatizar a necessidade de trabalhar juntos e assumir a responsabilidade uns pelos outros e pelo planeta. 

Para isso, é preciso ter financiamento. "É o investimento mais importante que um país pode fazer em sua população e seu futuro", afirmou, e um grande "impulso mundial" contra as desigualdades.

Neste sentido, lembrou o fundo que visa a mobilizar US$ 10 bilhões para ajudar 700 milhões de menores nos países em desenvolvimento a terem acesso a uma educação de qualidade. 

Cerca de 70% das crianças de 10 anos em países pobres são incapazes de ler um texto básico. Mas, mesmo nos países desenvolvidos, os sistemas educacionais estão ampliando as desigualdades, e não as reduzindo, alertou o secretário-geral, depois de criticar o sistema talibã no Afeganistão, que expulsou as meninas de escolas e universidades.

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