Logo Folha de Pernambuco

Marielle

Élcio Queiroz diz que foi usado por Lessa no assassinato de Marielle

Ex-sargento da PM do Rio prestou depoimento ao STF

Marielle FrancoMarielle Franco - Foto: Renan Olaz/AFP

O ex-sargento da Polícia Militar do Rio de Janeiro Élcio Queiroz prestou depoimento nesta sexta-feira (30) na ação penal aberta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar se os irmãos Brazão e outros acusados atuaram como mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 2018.

Élcio dirigiu o carro utilizado pelo ex-policial Ronnie Lessa, réu confesso do assassinato, para matar a vereadora. Ele está preso e assinou acordo de delação no qual assumiu participação no crime.

O ex-policial disse que foi envolvido em uma "rede de mentiras" e não sabia que iria participar do assassinato ao ser chamado por Lessa para dirigir o veículo usado no crime. Élcio afirmou que nunca tinha ouvido falar da vereadora.

"Acho que ele [Ronnie] foi desleal comigo e me enganou. Fui envolvido numa rede de mentira. Ele me usou", afirmou.

Apesar de falar que Lessa foi desleal, Élcio Queiroz disse que continuou a amizade com o ex-policial após o crime.

"Eu continuei com minha amizade com Ronnie, mas eu fiquei chateado por não ter falado que seria homicídio", disse.

O ex-sargento também deu detalhes sobre os momentos que antecederam o assassinato de Marielle.

Ele contou que alertou Lessa sobre a presença de Anderson e de Fernanda Chaves, assessora da vereadora, no carro, e disse que ele poderia "matar inocentes". No entanto. Ronnie acionou o "modo rajada" da submetralhadora HK utilizada no crime. Fernanda não foi atingida pelos tiros e sobreviveu. 

"Ouvi os disparos, foi rápido, mas fez muito barulho. Não vi nem a Marielle sendo executada", completou.

No processo, são réus o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, o irmão dele, Chiquinho Brazão, deputado federal (sem Partido-RJ), o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa e o major da Policia Militar Ronald Paulo de Alves Pereira. Todos respondem pelos crimes de homicídio e organização criminosa e estão presos.

Cerca de 70 testemunhas devem depor na ação penal. Os depoimentos dos réus serão realizados somente no fim do processo.

Nesta semana, Ronnie Lessa também prestou depoimento e disse que ficou sabendo antecipadamente da operação da Policia Civil do Rio de Janeiro que o prendeu e que o assassinato da vereadora foi planejado para evitar a conotação de crime político e a entrada da Polícia Federal no caso.

Veja também

Papa visitará ilha francesa de Córsega após recusar convite para reabertura de Notre Dame
CLERO

Papa visitará ilha francesa de Córsega após recusar convite para reabertura de Notre Dame

Ministério da Saúde do Hamas anuncia novo balanço de 44.176 mortos em Gaza
GUERRA NO ORIENTE MÉDIO

Ministério da Saúde do Hamas anuncia novo balanço de 44.176 mortos em Gaza

Newsletter