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"Ele foi um herói", comenta filho de homem baleado dentro de ônibus na Avenida Brasil

Renan Alves chegou ao IML por volta das 7h e às 13h ainda não havia conseguido os documentos para o sepultamento do pai Renato de Oliveira

Uma das vítimas do tiroteio entre PMs e traficantes no Rio de JaneiroUma das vítimas do tiroteio entre PMs e traficantes no Rio de Janeiro - Foto: X/reprodução

Renan Alves chegou por volta das 7h no Instituto Médico Legal para começar a liberação do corpo do pai Renato de Oliveira Alves Reis, de 48 anos, baleado na cabeça durante a operação policial de quinta-feira na Avenida Brasil. Às 13h, ele ainda não havia conseguido resolver as burocracias necessárias.

Em Caxias, a família de Paulo Roberto de Souza, de 60, e Geneilson Eustáquio Ribeiro, de 49, outras vítimas do confronto, também resolviam os trâmites para conseguir enterrar os corpos.

Renato estava cochilando no ônibus 493, a caminho do trabalho, quando foi atingido na cabeça. Muito abalado, Renan comentou sobre a surpresa ao receber a notícia de que o pai fora baleado. Ele é o mais velho de quatro irmãos, todos de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

— Minha mãe me ligou, eu estava descansando do trabalho. Ela falou "filho, seu pai levou um tiro". Como é a situação, né, meu pai era trabalhador, sempre fez por onde, nunca negou ajuda a ninguém. Ele poderia não ter dinheiro, mas tinha a força, a vontade e o amor de ajudar o próximo.

— Ele foi um herói, um pai presente, fazia o máximo para não deixar nada faltar para gente. Infelizmente, aconteceu essa tragédia. Eu vou fazer o possível para honrar meu pai, fazer meu papel de filho, procurar justiça. Ninguém deveria pagar essa conta (das operações) e hoje, infelizmente, essa conta veio para o meu pai.

Ao RJTV, da TV Globo, a irmã de Geneilson Eustáquio falou sobre a dor de perdê-lo. O homem era pai de dois filhos e motorista de caminhão em Xerém, na Baixada Fluminense, trabalhando para a secretaria de Educação da cidade.

— Ele tinha muito orgulho de ser motorista de caminhão. Ajudava nas entregas de materiais escolares e da merenda para toda a cidade. Ele era o melhor que tinha, honesto toda vida, trabalhador... é isso que acontece, sai de casa para trabalhar e não volta mais.

O velório de Geneilson está previsto para as 16h desta sexta-feira, no Cemitério de Xerém.

A esposa de Paulo Roberto também foi ouvida no telejornal. Segundo ela, o marido era apaixonado pelos filhos e pelos netos.

— Ele era um marido maravilhoso, estávamos casados há 16 anos, tivemos três filhos. Ele já estava para se aposentar... não tem quem não gostasse dele, ele estava sempre disposto a ajudar.

Ainda não há data para o sepultamento de Paulo Roberto.

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