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Eleição de Massa na Argentina seria alívio para governo Lula? Entenda

Vitória do governista não traria sobressaltos imediatos, avaliam especialistas, que também ressaltam posições similares em temas como o futuro do Mercosul

Cartazes da campanha de Sergio Massa à Presidência da Argentina em Buenos Aires Cartazes da campanha de Sergio Massa à Presidência da Argentina em Buenos Aires  - Foto: Luis Robayo / AFP

Embora tente se manter neutro em público, nos bastidores, o governo brasileiro torce pela vitória do peronista Sergio Massa, atual ministro da Economia da Argentina, na eleição deste domingo. Entre as vantagens de Massa em relação ao candidato da ultradireita Javier Milei, destacam-se seu comprometimento com o Mercosul, a aliança com o Brasil nos fóruns internacionais e a proximidade com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na visão de auxiliares do petista.

Integrantes da área diplomática e do Palácio do Planalto afirmam que a eleição de Massa seria um alívio para o governo brasileiro, pois não haverá surpresas. A avaliação é que, mesmo diante da forte crise econômica que assola a Argentina há anos, para milhões de argentinos é melhor votar no peronista do que apostar em Milei que, com suas ideias radicais, representa o desconhecido.

Virgílio Arraes, professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), afirma que a eleição presidencial da Argentina é angustiante à sociedade, porque há um candidato, Sergio Massa, com um projeto fracassado e outro, Javier Milei, com um inviável. Ele observa que, em termos gerais, uma eleição ocorre com uma candidatura principal representando a esperança enquanto a segunda, o medo.

— Com a desesperança geral lá, chama a atenção a transformação do rival em figura de desenho animado como representação de vilão sem que na peça publicitária apareça o crítico como herói para ‘salvar’ o país. É o reconhecimento implícito da incapacidade de resgatar a Argentina no curto prazo da séria crise — diz Arraes.

A eleição de Massa, porém, não traria sobressaltos relevantes ao Brasil, pelo menos em um primeiro momento. Segundo o acadêmico, "o Brasil já se adaptou à trágica situação corrente do vizinho".

A cientista política Denilde Holzhacker, professora da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), também acredita que o governo brasileiro respirará aliviado, se Massa ganhar a eleição. O peronista, ressalta, representa a continuidade das políticas argentinas das últimas décadas, o que facilitaria a cooperação e a coordenação entre os dois países.

— Lula e Massa compartilham ideias e valores políticos, incluindo o compromisso com a redução das desigualdades e a intervenção do Estado na economia. Isso poderia promover um ambiente mais propício para o fortalecimento do Mercosul e para o aprofundamento da integração econômica entre Brasil e Argentina — afirma a cientista política.

Interlocutores da área diplomática dizem que uma aliança entre Brasil e Argentina garantiria maior estabilidade nas relações bilaterais e regionais. Entretanto, para a professora, independentemente do resultado, a América Latina observa atentamente as consequências desse pleito e como ele influenciará o panorama político e econômico da região.

— As eleições na Argentina têm implicações profundas e desafiadoras para o Brasil e o governo Lula — ressalta.

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