Eleição na Argentina: Candidato pode ser eleito com menos de 50% dos votos? Entenda
Eleições na Argentina acontecem neste domingo; ao menos 35 milhões estão aptos para escolher entre Javier Miller, Patricia Bullrich e Sergio Massa, como futuro presidente do país
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Em um resultado surpreendente, o candidato da extrema-direita, Javier Milei, obteve 30,06% dos votos nas Primárias Abertas Simultâneas e Obrigatórias (Paso), na Argentina. Ainda assim, se este fosse o primeiro turno das eleições presidenciais no país, que ocorreram neste domingo (22), o deputado não teria sido eleito. Isso porque o sistema eleitoral argentino só garante a vitória no primeiro turno em duas situações - apesar de 30% estar longe do exigido, também não é necessário garantir 50% dos votos. Veja abaixo quais são.
Entenda apuração das eleições na Argentina
No Brasil, o presidente da República é eleito com 50% mais 1% dos votos válidos. Já na Argentina há dois cenários possíveis para a vitória no primeiro turno: no primeiro, o candidato garante a vitória quando ele obtém 45% dos votos. No segundo, o presidenciável precisa obter 40% dos votos somado a uma diferença de 10 pontos percentuais do segundo colocado. Isso quer dizer que se, o candidato A obtiver 40%, e o B, 30%, o candidato A é eleito presidente ainda no primeiro turno.
Ao menos 35 milhões de pessoas estavam aptas para irem às urnas neste domingo e escolher o sucessor de Alberto Fernández, no poder desde 2019. Os candidatos são a ex-ministra Patricia Bullrich, candidata da aliança opositora Juntos pela Mudança; o ministro da Economia e líder do partido A Liberdade Avança, Sergio Massa; e Javier Milei.
Os argentinos também escolheram os novos 130 deputados e 24 senadores, bem como os governadores de Buenos Aires e Entre Rios. O pleito argentino deste ano está cercado por dúvidas e incertezas. Há duas grandes incógnitas: as reais chances do candidato de extrema-direita vencer no primeiro turno e, se a força de Javier Milei não for suficiente, quem será seu adversário em 19 de novembro.
Milei tem mostrado bons resultados nas províncias do interior do país, enquanto Massa e Bullrich tentam reduzir a abstenção de 30%, registrada nas primárias, para garantir uma vaga no segundo turno.
Se nenhum candidato atingir as porcentagens exigidas, a corrida eleitoral continuará. O segundo turno está marcado para o dia 19 de novembro — uma semana antes, no dia 12, ocorrerá mais um debate presidencial. O presidente eleito tomará posse no dia 10 de dezembro.