Eleição na Argentina: pesquisas mostram vantagem de Milei, mas há indefinição sobre segundo turno
Pleito acontece neste domingo, dia 22. Além de candidato da extrema-direita, Patricia Bullrich e Sergio Massa estão no páreo na disputa pela Presidência do país
Os argentinos irão às urnas neste domingo para eleger o presidente que governará o país nos próximos quatro anos. Após meses de campanha com troca de acusações e em meio a uma forte crise econômica, ainda há incertezas sobre a realização de um segundo turno e a respeito de que políticos permaneceriam na disputa.
Três candidatos disputam os votos dos argentinos com chances reais de vitórias. A maioria das últimas pesquisas de intenção de votos divulgadas indicam vantagem do político de extrema-direita, Javier Milei, do partido A Liberdade Avança.
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Além dele, estão no páreo, o ministro da Economia e candidato do atual governo, Sergio Massa, da União pela Pátria, e Patricia Bullrich, do Juntos pela Mudança.
Milei já havia sido o grande vencedor das Primárias Abertas Simultâneas e Obrigatórias (Paso), espécie de eleição prévia que define os candidatos que podem disputar à Presidência. Na ocasião, ele obteve 30,2% dos votos e seu desempenho surpreendeu as forças políticas tradicionais do país.
Se consideradas 12 pesquisas, realizadas até o dia 11 de outubro, consultadas pelo jornal argentino La Nacion, Milei aparece à frente em 11 delas. Duas sondagens o colocam com 35,6% e 35,5%, enquanto nas demais, ele oscila entre 34,7% e 33%.
Pelos resultados, o principal adversário é o candidato do governo. Massa aparece à frente apenas na pesquisa divulgada pela Atlas Intel, com 30,9% ante os 26,5% de Milei a partir de dados coletados entre os dias 10 a 13 deste mês.
Nas sondagens, Massa aparece tendo entre 26% e 32,2% e Patricia, entre 21,8% e 28,9%. Juan Schiaretti do Fazemos Pelo Nosso país, e Myriam Bregman da Frente de Esquerda, estão bem atrás do primeiro pelotão.
Para que não haja segundo turno, um candidato precisa ter 45% dos votos ou 40% e ter diferença de 10% em relação ao segundo colocado. Caso isso ocorra, os argentinos voltam às urnas no dia 19 de novembro.
Adversários tentam reduzir abstenção
Como mostrou O Globo, os resultados das primárias mostraram que Milei é forte no interior da Argentina, entre os que se sentem “excluídos” pelas decisões tomadas na capital, Buenos Aires.
No total, 35 milhões de eleitores estão aptos para irem às urnas, e um dos grandes objetivos de Massa, e de Patricia é reduzir a abstenção de 30%, registrada nas primárias.
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O principal articulador político de Milei é o veterano Guillermo Francos, até pouco tempo atrás representante do atual governo argentino no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Francos, de 73 anos, já atuou em governos peronistas, e também tem ampla trajetória no setor privado. Desde que confirmou sua incorporação à equipe de Milei, sua agenda está colapsada e inclui encontros com governadores, prefeitos, empresários e dirigentes políticos de todos os setores.
Os argentinos também irão escolher os novos 130 deputados e 24 senadores, bem como os governadores de Buenos Aires e Entre Rios.