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Eleições americanas: saiba como os astronautas da Nasa 'presos' no espaço até 2025 poderão votar

Cédula eletrônica especial de votação à distância foi criada em 1997 no Texas, permitindo desde então que astronautas em órbita possam votar

Astronautas devem seguir uma série de regras no espaço Astronautas devem seguir uma série de regras no espaço  - Foto: Nasa/Divulgação

Com a aproximação das eleições presidenciais de 5 de novembro, os eleitores dos Estados Unidos que optarem por participar da votação precisarão decidir de que modo o farão — se enviarão as cédulas por correio antecipadamente ou irão depositá-las em uma urna pessoalmente no dia do pleito.

Mas para os astronautas da Nasa Sunita Williams e Barry Wilmore, "presos" no espaço até fevereiro de 2025, a dinâmica será diferente. Eles votarão a mais de 320 km de altura, orbitando a Terra a uma velocidade de quase 30 mil quilômetros por hora a bordo da Estação Espacial Internacional.

Graças a uma cédula eletrônica especial de votação à distância, os astronautas podem votar no espaço. Esse processo começou em 1997 após a aprovação da Regra 81.35 pela legislatura estadual do Texas, em decorrência do início dos voos espaciais de longa duração para os astronautas americanos.

O estado abriga a maioria dos astronautas do país, uma vez que o Centro Espacial Lyndon B. Johnson (JSC, na sigla em inglês), de comando e controle da Nasa, a agência espacial dos EUA, fica localizado em Houston.

A lei 81.35 estabelece que “uma pessoa que atenda aos requisitos de elegibilidade de um eleitor de acordo com o Código Eleitoral do Texas, Capítulo 101, mas que estará em um voo espacial durante o período de votação antecipada e no dia da eleição, pode votar”.

No início, funcionava assim: antes da missão, um astronauta identifica em quais eleições ele estará em órbita. Então, antes do dia da eleição, uma cédula eletrônica criptografada é enviada aos astronautas pelo Controle da Missão do JSC.

Usando um conjunto de credenciais exclusivas enviadas a cada um deles por e-mail, os astronautas podem acessar suas cédulas, votar e enviá-las de volta à Terra para o escritório do secretário do condado.

O primeiro astronauta a votar no espaço foi David Wolf, da Nasa, enquanto ele estava a bordo da Estação Espacial Russa Mir em 1997. O processo não mudou muito desde então, embora agora as cédulas sejam enviadas para a Estação Espacial Internacional, onde as missões dos astronautas geralmente duram cerca de seis meses.

Na prática, o processo é semelhante ao voto à distância, utilizado por eleitores que estão fora do país. A única grande diferença é que quando os astronautas preenchem suas cédulas, eles listam seu endereço como “órbita baixa da Terra”.

Relembre o caso

Era uma quarta-feira, dia 5 de junho, quando os astronautas Barry "Butch" Wilmore, comandante da missão, e Sunita Williams, que iria atuar como piloto até a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) estavam a bordo do tão aguardado lançamento da espaçonave Staliner, da Boeing, pela Nasa. A missão estava atrasada há sete anos e aquela era a terceira tentativa. Mas a expectativa logo deu lugar à cautela: o que era para ser uma estadia ao menos oito dias em órbita foi estendida, transformando-se em semanas e meses.

A nave começou a apresentar problemas em seus propulsores e vazamentos de hélio, usado para pressurizar bombas dos propulsores. A previsão inicial era de trazer os astronautas de volta a partir de 26 de junho. No mesmo dia, apesar do retorno não ter ocorrido, a Nasa garantiu que Wilmore e Williams não estavam literalmente "presos" no espaço.

Em uma entrevista coletiva em agosto, a agência espacial americana disse que estava trabalhando em um plano de contingência com a empresa SpaceX, do magnata Elon Musk, caso os astronautas não consigam retornar com a nave da Boeing. A missão foi lançada em setembro e retornará para a Terra apenas em fevereiro de 2025. Wilmore e Williams ficarão em órbita por quase oito meses.

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