Eleições municipais em Cuba têm menor participação desde 1976
A oposição ilegal fez campanha pelo abstencionismo
Pouco mais de 5,7 milhões de cubanos foram às urnas no domingo (27) para votar nas eleições municipais, o que corresponde a uma participação de 68,58%, o percentual mais baixo desde 1976 – informou a presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Alina Belseiro, nesta segunda-feira (28), com base em números preliminares.
Os números definitivos devem levar pelo menos mais 48 horas para serem anunciados.
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Em entrevista coletiva transmitida pela televisão, Alina afirmou que "os resultados deste dia de eleições mostram o apoio do nosso povo aos seus representantes populares e a confiança em sua revolução".
Estes são os resultados de participação mais baixos já registrados desde 1976, quando o sistema eleitoral entrou em vigor.
A oposição ilegal fez campanha pelo abstencionismo, ante a impossibilidade de concorrer com os candidatos favoráveis ao governo e ao Partido Comunista (único), que não concorre, mas supervisiona as eleições, para eleger 12.427 delegados (vereadores).
Segundo Balseiro, “as eleições transcorreram de acordo com o previsto, com tranquilidade, organização, disciplinada e conforme o cumprimento da lei”.
A presidente eleitoral informou que, das cédulas depositadas nas urnas, 89,11% são válidas, 5,22% estavam em branco, e 5,07% foram anuladas. As cédulas em branco, ou com palavras de ordem contra o governo, que são anuladas, são outras táticas usadas pela oposição.
Balseiro informou que 11.502 delegados foram eleitos no domingo. Os outros 925 cargos serão eleitos em segundo turno no próximo domingo, 4 de dezembro, já que nenhum desses candidatos obteve mais de 50% dos votos.
Estas eleições iniciam um processo eleitoral que continuará com a renovação do Parlamento e culminará nas eleições presidenciais de 2023.
Os vereadores formarão os governos municipais e proporão em 2023, dentre eles, 50% dos candidatos ao Parlamento nacional. A outra metade será proposta por uma comissão composta por organizações sociais próximas ao governo.
O Parlamento vai propor, por sua vez, as candidaturas para integrar o Conselho de Estado e para a Presidência. Em Cuba, o mandato é de cinco anos, com possibilidade de uma reeleição.