Logo Folha de Pernambuco

argentina

Eleições na Argentina: Milei ficou mais próximo do terceiro lugar que do primeiro: veja os números

Candidato do Liberdade Avança obteve 29,98%, quase sete pontos percentuais a menos que Massa, do governista União pela Pátria, que conseguiu 36,68% dos votos

Ao lado da irmã, Karina Milei, o candidato da extrema-direira argentina discursa após vencer as primáriasAo lado da irmã, Karina Milei, o candidato da extrema-direira argentina discursa após vencer as primárias - Foto: Alejandro Pagni/AFP

Com 98,51% dos votos apurados nas eleições argentinas, o libertário Javier Milei, que acabou em segundo, ficou mais próximo do terceiro lugar, a candidata Patricia Bullrich (Juntos pela Mudança), de direita, do que do ministro da Economia Sergio Massa, que surpreendeu e acabou em primeiro lugar no primeiro turno. Milei, do Liberdade Avança, obteve 29,98%, seis pontos percentuais a menos que Massa, do governista União pela Pátria, que conseguiu 36,68% dos votos, e pouco mais de cinco pontos a mais que Patricia Bullrich (Juntos pela Mudança), de direita, que teve 23,83%.

Os dois candidatos que disputarão o segundo turno na eleição presidencial argentina, em 19 de novembro, têm o desafio de ampliar sua base de apoio, partindo, ambos, de um alto índice de rejeição. De acordo com pesquisa realizada em setembro pela Universidade de San Andrés, a rejeição a Milei, de ultradireita e que espanta eleitores com propostas como permitir a venda de órgãos e reduzir drasticamente o tamanho do Estado — podendo, nessa cruzada, eliminar programas de ajuda social —, atinge 53%.

Já o peronista Sergio Massa, deve convencer os argentinos de que ser o ministro da Economia num país mergulhado numa crise dramática não significa que não possa ser o presidente que resolva essa mesma crise.

Embora o vencedor do primeiro turno tenha mostrando uma capacidade surpreendente de melhorar seu desempenho eleitoral após um magro resultado nas primárias de agosto (quando conseguiu, individualmente, apenas 21,43% dos votos), Massa não pode ser considerado favorito no pleito. Os argentinos estão sufocados por uma taxa de inflação que superou 100% nos últimos 12 meses, e há quatro meses atinge os dois dígitos mensalmente. O ministro e candidato não tem resultados positivos para mostrar, e sua melhor alternativa, reconhecem estrategistas que trabalham em sua campanha, é trabalhar para aumentar a rejeição a Milei.

Segundo pesquisas que circulam no comando de campanha de Massa, a estratégia deu certo e depois das Paso a rejeição ao candidato da ultradireita aumentou de forma expressiva, o que explica, em parte, a liderança do peronista no primeiro turno.

Massa focou em dois setores específicos da sociedade: mulheres e moradores de grandes cidades. O candidato peronista atacou seu adversário com uma campanha do medo que captou a atenção de milhares de argentinos, e instalou a ideia, entre muitos, de que Milei representa uma ameaça para a sobrevivência dos mais humildes, e, também, para a democracia. A jogada foi clara, explicou um dos estrategistas do candidato: se você não pode melhorar sua aprovação, aumente o rechaço a seu adversário.

Veja também

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos
Ucrânia

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível
Gaza

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível

Newsletter