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VENEZUELA

Eleições na Venezuela: Oposição divulga supostos resultados que indicam derrota de Maduro

Atas compartilhadas pela campanha opositora contradizem o Conselho Nacional Eleitoral do país, que declarou a vitória do chavista sem apresentar provas

Opositores do presidente venezuelano Nicolás Maduro participam de um comício convocado pelo candidato presidencial Edmundo Gonzalez Urrutia e pela líder da oposição Maria Corina MachadoOpositores do presidente venezuelano Nicolás Maduro participam de um comício convocado pelo candidato presidencial Edmundo Gonzalez Urrutia e pela líder da oposição Maria Corina Machado - Foto: Juan Barreto / AFP

O Comando ConVzla, organização de campanha da líder opositora da Venezuela, María Corina Machado, divulgou nesta terça-feira os supostos resultados das eleições presidenciais do país.

O perfil indicou que os dados foram retirados das atas que a coalizão tem em seu poder e afirmou que o candidato de consenso da oposição, Edmundo González Urrutia, venceu o pleito com 7.119.768 votos (67%), enquanto o atual presidente, Nicolás Maduro, obteve 3.225.819 (30%).

Ao todo, segundo o Comando ConVzla, a eleição teria contado com a participação de 10.613.881 eleitores – o que representa 60,19% do eleitorado. Foram digitalizados 24.384 boletins de voto (81,21% do total), e os dados continuam sendo atualizados.

De acordo com a oposição, González venceu em todos os estados. Apenas em Sucre a disputa teria sido mais acirrada, mas a oposição alega a vitória do diplomata com 217.556 votos (50%). Maduro teria recebido 208.006 votos (48%).

Quais são os resultados por estado?
No Distrito Capital, González teria recebido 468.200 votos, o que representa 65%. Maduro, por sua vez, obteve 232.653 votos, ou 32%;

Em Miranda, conforme relatado pela oposição, González totalizou 647.889 votos (66%), contra 310.528 votos (31%) para Maduro;

Maduro derrotou González nos municípios de Acevedo, Simón Bolívar, Lander, Páez, Pedro Gual e Andrés Bello, no estado de Miranda;

Em Táchira, a diferença foi maior: González obteve 82% dos votos (399.267 votos), e Maduro, 16% (79.445 votos);

Em Carabobo, Edmundo González superou 71% dos votos, obtendo 465.194 votos, contra 172.820 votos (26%) de Maduro;

Em Aragua, Edmundo González teve 487.938 votos (68%), e Maduro, 212.296 votos (29%);

Em Lara, a tendência se repetiu: González, 443.732 votos (68%) contra 191.104 votos (30%) para Maduro;

Em Zulia, a exemplo do que aconteceu nos outros estados, Edmundo González venceu com uma diferença de 41% sobre Maduro: 699.920 votos (70%) contra 292.397 votos (29%);

Em Zulia, Maduro venceu no município de Guajira.

Trabalho intenso de digitalização
Nesta segunda, um dia após o pleito ocorrer no país, María Corina disse que tinha 73,20% dos boletins de voto e que, com base nesse resultado, Edmundo González era o vencedor das eleições.

No mesmo dia, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano, alinhado ao chavista, anunciou a vitória de Maduro com 80% das atas apuradas. A declaração do órgão eleitoral foi amplamente questionada pela comunidade internacional, que pediu transparência na apuração dos votos.

— Quero dizer a vocês que todas as atas, à medida que as recebemos, são totalizadas, escaneadas e digitalizadas — disse María Corina.

O Comando ConVzla também compartilhou um link onde é possível consultar as atas de cada mesa de votação correspondente às eleições presidenciais de domingo na Venezuela.

A divulgação do material pela oposição – e a resistência do governo de Maduro em fazer o mesmo – motivou a denúncia da Organização dos Estados Americanos (OEA) nesta terça-feira. Em comunicado, o órgão afirmou que o pleito venezuelano sofreu “a mais flagrante manipulação”.

“Ao longo de todo este processo eleitoral, viu-se a aplicação por parte do regime venezuelano de seu esquema repressivo, complementado por ações destinadas a distorcer completamente o resultado eleitoral, fazendo com que esse resultado ficasse à disposição da manipulação mais aberrante”, diz a nota da OEA.

“O regime de Maduro zombou de importantes atores da comunidade internacional durante esses anos e, novamente, entrou em um processo eleitoral sem garantias”.

 

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