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Eleições nas Maldivas têm relação com China e Índia como pano de fundo

O partido de Muizzu, candidato mais votado do primeiro turno, defende a aproximação da China e que o país integre o plano de infraestrutura Nova Ruta da Seda

Eleitores se reúnem para votar no segundo turno das eleições presidenciais nas MaldivasEleitores se reúnem para votar no segundo turno das eleições presidenciais nas Maldivas - Foto: Mohamed Afrah / AFP

Os deputados das Maldivas votaram neste sábado (30) no segundo turno das eleições presidenciais, que são consideradas uma referência sobre se o arquipélago deve continuar privilegiando os vínculos com a Índia ou orientar sua política externa para a China.

O atual presidente, Ibrahim Mohamed Solih, tenta obter o segundo mandato, após um primeiro período de governo marcado pelos esforços para ajustar as relações com a Índia, uma aliada tradicional do arquipélago, mas que enfrenta a concorrência da China.

O favorito na disputa, no entanto, é Mohamed Muizzu, líder de um partido que defendeu a aproximação com a China quando esteve no poder e que deseja o retorno à órbita de influência de Pequim.

Muizzu foi o mais votado no primeiro turno, com 46% dos votos. Solih ficou em segundo lugar, com 15.000 votos a menos.

O país tem 282.000 votos registrados para votar, segundo a Comissão Eleitoral. Os resultados deverão ser anunciados no sábado à noite ou nas primeiras horas de domingo.

O arquipélago das Maldivas está localizado em uma posição estratégica no Oceano Índico, em uma das rotas marítimas de maior tráfego do mundo.

O partido de Muizzu defende a aproximação da China e que o país integre o plano de infraestrutura Nova Ruta da Seda, adotado por Pequim como parte de sua política externa.

O mentor do candidato, o ex-presidente Abdullah Yameen, solicitou grandes empréstimos à China e relegou para a Índia, tradicional benfeitora deste arquipélago.

Solih, de 61 anos, foi eleito em 2018 aproveitando o descontentamento com a política cada vez mais autoritária de Yameen. Ele acusou o ex-presidente de empurrar o país para uma armadilha para aceitar a China como credor.

Mas a política de Solih de aproximação com a Índia também é controversa e muitos habitantes do país questionam a influência política e econômica de Nova Délhi.

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