Eleições nos EUA

Eleitores de Michigan, preocupados com Gaza e economia

O condado de Wayne, em Michigan, é imerso em história e influência

Osama Siblani é editor do "The Arab American News" em MichiganOsama Siblani é editor do "The Arab American News" em Michigan - Foto: Jeff Kowalsky/AFP

Enquanto os Estados Unidos se aproximam das eleições presidenciais de novembro, quando a democrata Kamala Harris enfrentará o republicano Donald Trump, a AFP mede a temperatura em condados-chave de sete estados onde a votação será muito disputada.

O condado de Wayne, em Michigan, é imerso em história e influência - abriga Detroit, a "Cidade dos Motores" e é o berço da renomada gravadora Motown.

Também é o lar de uma significativa população árabe-americana, que poderá desempenhar um papel-chave nas próximas eleições.

Os eleitores foram confrontados com duas perguntas importantes: "O que mais importa para você na hora de votar?" e "Quais são seus maiores medos para o país?"

Confira as respostas de cinco pessoas de Dearborn, subúrbio de Detroit:

- Samra'a Luqman, membro da campanha 'Abandon Biden'  -

Samra'a Luqman, ativista progressista e membro da campanha 'Abandon Biden' (Abandone Biden) em Michigan, disse que o que mais importa para ela nesta eleição é "responsabilizar um político por um genocídio".

"Meu maior medo é que fracassemos em responsabilizar Biden por ajudar, ser cúmplice e cometer este genocídio, e que no futuro políticos e presidentes saibam que não há linha vermelha quando se trata de genocídio. Este é o meu maior medo", afirmou.

- Hamzah Nasser, diretor-executivo de rede de cafés -

Hamzah Nasser se mudou do Iêmen para os Estados Unidos ainda criança e agora é diretor-executivo da rede de cafeterias Haraz Coffee House.

"O que mais importa para mim é um presidente que queira reconstruir a economia dos Estados Unidos e criar mais empregos, assim como nós, os empreendedores", disse Nasser à AFP.

"A melhor coisa sobre o que eu faço é gerar empregos e retribuir à comunidade e à economia e a este país no geral", acrescentou.

"Meu maior medo é uma guerra que se expanda e da qual mais terroristas surjam - e quando eu digo terroristas, podem ser terroristas domésticos ou estrangeiros", emendou.

"Os Estados Unidos se preocupam tanto com outros países e com o que acontece nos outros países que não prestam atenção ao monte de ataques com armas de fogo em escolas, crimes e terroristas domésticos que estão neste país", concluiu.

- Merwan Beydoun, o metalúrgico -
Merwan Beydoun trabalha na siderúrgica Cleveland-Cliffs e é membro do sindicato do setor automotivo United Auto Workers.

Quando perguntado sobre o que é mais importante nas próximas eleições, Beydoun disse: "Não acho que tenha uma coisa [a mencionar]. Acho que tenho uma multiplicidade de coisas que importam para mim igualmente. Acredito que o conflito no Oriente Médio é uma delas. Acredito que o apoio ao sindicato é outra".

Sobre seu maior medo, Beydoun disse que seria "se os legisladores eleitos no Congresso ou o presidente e o vice-presidente não olharem para as preocupações do povo americano e agirem a respeito".

- Osama Siblani, o editor -
Osama Siblani, editor do jornal The Arab American News, disse que o tema prioritário que lhe vem à cabeça sobre as eleições é "Gaza, o assassinato de palestinos, o assassinato de crianças, o morticínio de pessoas".

"Meu maior medo é meu país estar se deteriorando muito rápido - eticamente, moralmente, economicamente, socialmente. Dividido. É muito assustador", disse ele à AFP.

- Soujoud Hamade, advogada -
Soujoud Hamade é uma advogada, sócia fundadora do escritório HNH Law Group.

"O que será mais relevante para mim na eleição presidencial quando eu votar em novembro é a postura dos candidatos sobre a política internacional e se têm ou não um posicionamento humanitário em relação ao que está acontecendo em Gaza, na Cisjordânia, no Líbano e na Síria", enumerou.

"Meu maior medo sobre meu país é que fiquemos na História como um país que apoiou um genocídio contra civis inocentes, e que nos tornemos párias sociais para o mundo por não nos opormos a este genocídio", acrescentou.

 

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