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Eletrodos dão a tetraplégicos capacidade de mover as mãos em novo estudo; veja vídeo

Cerca de 40 pacientes recuperaram a força e a capacidade de usar os braços ou as mãos após dois meses de terapia com o novo dispositivo

Eletrodos dão a tetraplégicos capacidade de mover as mãos novamente em novo estudoEletrodos dão a tetraplégicos capacidade de mover as mãos novamente em novo estudo - Foto: Nature/Youtube/Reprodução

O que até agora tem sido um experimento limitado poderá em breve beneficiar mais pessoas paralisadas na vida cotidiana. Cerca de 40 tetraplégicos recuperaram algum controle de seus braços ou mãos graças a eletrodos colocados próximos à medula espinhal.

De acordo com as conclusões do estudo, publicado nesta segunda-feira na revista científica Nature Medicine, os resultados demonstram "a segurança e a eficácia" de um dispositivo que envolve a colocação de eletrodos sob a pele de tetraplégicos quando a medula espinhal foi danificada em um acidente.

O experimento foi realizado em vários locais do mundo com cerca de 60 pacientes, uma amostra sem precedentes. No total, 43 pacientes recuperaram a força e a capacidade de usar os braços ou as mãos após dois meses de terapia com o dispositivo.

 

O dispositivo, promovido pela startup suíça Onward, "poderia mudar a vida da maioria dos pacientes afetados por lesões na medula espinhal", disse o pesquisador norte-americano Chet Moritz, que liderou o estudo, em uma coletiva de imprensa organizada pela Nature.

A ideia é permitir que as pessoas paralisadas voltem a se movimentar com a ajuda da estimulação elétrica da medula espinhal. Todos pensam (...) que gostaríamos de voltar a andar contou a jornalista britânica Melanie Reid, que ficou paralisada após uma queda de cavalo há cerca de 15 anos, na mesma coletiva de imprensa.

Mas, para um tetraplégico, o mais importante é poder usar as mãos continuou ela que, tendo se beneficiado do dispositivo, agora consegue mover a tela do telefone sozinha.

O sistema também é interessante do ponto de vista prático, pois requer apenas que o dispositivo seja colocado sob a pele, em vez de ser implantado por meio de cirurgia.

Veja um vídeo dos testes com o dispositivo:

Pilates para seus dedos

Reid disse que o treinamento com o dispositivo foi um trabalho árduo, comparando-o a "fazer uma aula de Pilates com os dedos".

Moritz explicou que esse trabalho desenvolve novas conexões entre o cérebro e os membros cérebro e os membros afetados, aumentando os benefícios ao longo do tempo -- mesmo mesmo quando o dispositivo não está conectado.

O estudo também se destacou por seu tamanho -- a maioria dos testes de dispositivos semelhantes envolveu apenas um ou poucos pacientes.

O neurocientista francês Gregoire Courtine, que supervisionou o estudo, disse à AFP que ele foi o "primeiro na história da medicina da medula espinhal a demonstrar segurança e eficácia na melhoria da recuperação de tetraplégicos".

Courtine disse que a Onward estava discutindo a aprovação do dispositivo nos Estados Unidos, com a esperança de que ele possa ser comercializado até o final do ano. O ideal seria que a Europa o seguisse logo depois, acrescentou. Ainda não há previsão para o Brasil.

O preço do dispositivo da Onward permanece desconhecido, embora Courtine tenha dito que o objetivo é que ele seja "acessível".

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