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ELN ordena "paralisação armada" no oeste da Colômbia após retomar negociações com o governo

A retomada das negociações de paz foi anunciada pela guerrilha na última quinta-feira, 07

Detalhe da arma de um rebelde da patrulha do Exército de Libertação Nacional (ELN)Detalhe da arma de um rebelde da patrulha do Exército de Libertação Nacional (ELN) - Foto: Daniel Munoz / AFP

A guerrilha do ELN, que anunciou na quinta-feira a retomada das negociações de paz com o governo da Colômbia, planejou a população de uma região do oeste do país que se confina por um período indeterminado, denunciou nesta sexta-feira (8) o Órgão estatal que cuida dos direitos humanos.

“Fazemos um forte apelo ao ELN: revogue a paralisação armada indefinida anunciada a partir de 9 de novembro nas bacias dos rios San Juan, Sipí e Cajón, que afetará seriamente as comunidades”, afirmou a Defensoria do Povo na rede social X.

“Será o terceiro confinamento imposto no ano” e “prejudicará 85 comunidades negras e indígenas, ou seja, cerca de 45.000 pessoas”, destacou a entidade.

Na quinta-feira, enquanto representantes da guerrilha em Caracas concordavam em retomar os diálogos de paz, congelados desde setembro, a mídia local divulgou um comunicado de um grupo guerrilheiro que opera no departamento de Chocó, ordenando "restrições" de mobilidade "para evitar algum tipo de incidente".

Segundo uma guerrilha marxista-leninista, uma “paralisação armada indefinida” responde a uma suposta aliança entre o exército e a Clã do Golfo, a maior facção narcotraficante da Colômbia, para expulsá-los dessa região da selva.

A Defensoria criticou a falta de “coerência entre esses atos e a busca pela paz e o caráter político que o ELN diz ter”.

O confinamento exigiu “colocará em risco o direito à saúde e à vida” numa região que também enfrenta uma emergência devido às chuvas, acrescentou a entidade.

"Falta de coesão" 
Cinco governos planejaram, sem sucesso, negociar com o ELN, uma guerrilha com frentes quase autônomas que se reúnem em uma instância chamada Comando Central (Coce).

“Surgiu novamente o fantasma da falta de coesão do ELN, um mal que muitos julgam como histórico. É como se, em algumas regiões, a mensagem do Coce não chegasse”, explicou o centro de estudos independente Pares em um comunicado.

Uma das condições do governo para retomar os diálogos "era justamente evitar (...) as paralisações armadas em locais como Chocó, onde a retomada das negociações de paz havia sido recebida como uma boa notícia", acrescentou.

Os negociadores da guerrilha e do governo deverão se reunir novamente entre 19 e 25 de novembro.

A negociação foi suspensa desde setembro por decisão do presidente Gustavo Petro, em resposta a um ataque do ELN a uma base militar que deixou três soldados mortos e 28 feridos.

O ELN, em armas desde 1964, lançou uma ofensiva no início de agosto, quando decidiu não renovar a trégua que estava em vigor desde 2023. As forças militares também retomaram suas operações contra os rebeldes.

Os negociadores do governo buscam pactuar um novo cessar-fogo.

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, aposta em desativar o conflito armado de seis décadas negociando com vários grupos armados, mas a oposição acusa uma flexibilidade da ordem pública.

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