Elon Musk adequa X à regulação da UE e suspende coleta de dados pelo Grok
Empresa vinha utilizando dados de usuários da rede social para treinar seu chatbok de inteligência artificial
O X, de Elon Musk, concordou em parar de coletar informações pessoais dos usuários europeus para treinar seu chatbot de inteligência artificial, o Grok, cedendo às exigências dos reguladores da União Europeia.
A Comissão de Proteção de Dados da Irlanda anunciou nesta quarta-feira que a companhia se comprometeu em excluir os dados pessoais dos usuários da UE contidos em postagens públicas na sua plataforma de mídia social X, que foram coletados entre os dias 7 de maio e 1º de agosto deste ano.
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A disputa começou em agosto, quando a Comissão de Proteção de Dados (DPC, na sigla em inglês) apresentou um pedido ao Tribunal Superior da Irlanda para impedir que o X processasse os dados para utilizar em sua ferramenta de IA, citando restrições de proteção de dados da UE e alegando que a iniciativa do X colocava em risco os direitos dos usuários.
Decisão inédita
O órgão de proteção de dados da Irlanda atua como o principal regulador da UE para o X, que tem sua sede europeia no país. A DPC afirmou que esta foi a primeira vez que uma agência líder da União Europeia tomou esse tipo de decisão contra uma plataforma on-line.
Após ser notificado pela DPC, o X concordou em suspender temporariamente o uso dos dados para treinar o Grok — compromisso que se tornou permanente nesta quarta-feira, levando Comissão de Proteção de Dados a encerrar os processos judiciais.
A DPC também pediu ao Conselho Europeu de Proteção de Dados, no âmbito da UE, para iniciar uma discussão sobre a interseção entre proteção de dados e treinamento de modelos de IA —uma questão que, nos últimos meses, gerou disputas entre órgãos de proteção de dados e empresas de tecnologia, incluindo o X e a Meta, dona de Facebook, Instagram e WhatsApp.
“A DPC espera que sua avaliação final permita uma regulamentação proativa, eficaz e consistente em toda a Europa nessa área de forma mais ampla”, disse o comissário da DPC, Dale Sunderland, em um comunicado à imprensa.
“Ela também apoiará o tratamento de várias queixas que foram apresentadas ou transmitidas para a DPC” sobre esse assunto, acrescentou.
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