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PARANÁ

Idosa brasileira perde R$ 4 mil em golpe após acreditar que namorava Elon Musk

Vítima relatou que comprava os cartões da empresa do namorado dela, Elon Musk, quando na verdade Musk é dono de outras empresas

O bilionario Elon MUsk O bilionario Elon MUsk  - Foto: Etienne Laurent/AFP

Uma idosa de 79 anos, moradora de Toledo, no Paraná, perdeu R$ 4 mil em um golpe após acreditar que estava namorando o empresário Elon Musk, bilionário do ramo da tecnologia.

Ela chamou a atenção ao tentar usar cartões de crédito da empresa Apple em um supermercado da cidade. Questionada pelo gerente, a mulher disse que os cartões seriam para o namorado - supostamente Elon Musk.

Com a suspeita de que a idosa estava sendo vítima de um golpe, a Polícia Militar foi acionada. Aos policiais, ela repetiu a mesma história. O caso foi levado à Polícia Civil.

Segundo o delegado Rodrigo Baptista Santos, a idosa relatou que comprava os cartões da empresa do namorado dela, Elon Musk, quando na verdade Musk é dono de outras companhias, como a espacial SpaceX, a automotiva Tesla e a rede social X.

O empresário está em evidência no Brasil atualmente devido às sanções impostas ao X, antigo Twitter, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Segundo o delegado, a mulher informou ter gastado cerca de R$ 4 mil em cartões para "ajudar a empresa do namorado". A pedido dele, ela fotografava os cartões e enviava as fotos para o golpista. O suposto Elon Musk havia prometido vir ao Brasil e recompensá-la com uma grande soma em dólares.

Ao analisar o celular da vítima, a investigação apurou que as ligações eram provenientes de um telefone celular com código internacional da Nigéria.

Os policiais acionaram familiares da idosa e um irmão da vítima foi buscá-la na delegacia, após o registro da ocorrência. A investigação tenta identificar o golpista.

"Vamos acionar a empresa telefônica para tentar chegar à origem das ligações, mas a gente sabe que é difícil obter o ressarcimento do prejuízo que ela teve", disse o delegado ao Estadão. Santos se lembra de ter atendido um caso semelhante em 2017, quando o golpista se passava por um oficial do Exército americano.

O delegado considera importante a família acompanhar a rotina dos idosos, pois eles são as vítimas preferenciais de golpistas. "Eles identificam os alvos por meio das redes sociais, depois se aproximam do idoso demonstrando interesse. Após o envolvimento emocional, começam a pedir dinheiro."

A abordagem é conhecida como o golpe do falso namoro. Geralmente o bandido se passa por pessoa famosa ou bem de vida para iludir a vítima. "A gente procura destacar a importância dos familiares estarem atentos às redes sociais das pessoas mais idosas da família para que evitem cair em golpes. Não é preciso invadir a privacidade do familiar idoso. Basta observar e alertar se houver dúvida em relação às trocas de mensagens pelo celular", orienta.

Cartilha contra golpes
No início deste mês, o Ministério dos Direitos Humanos e das Cidadania (MDH) lançou cartilha com orientações sobre os principais golpes contra idosos praticados no Brasil. Segundo o MDH, são ações que podem causar danos, perdas patrimoniais e situações humilhantes ou vergonhosas.

Em muitos casos, os golpistas usam de ameaças, violência psicológica ou desinformação para levar o idoso a praticar atos sem entender do que se trata.

Entre os principais golpes estão bilhete premiado, boleto falso, cartão retido no caixa eletrônico e falso empréstimo consignado

A cartilha destaca ainda o falso namoro pela internet. O golpista utiliza sites de namoro para procurar vítimas, geralmente idosos ou pessoas que moram sozinhas. Após o contato inicial, ele demonstra interesse pela vítima e passa a fazer confidências em aplicativos de conversas. Após o envolvimento emocional, o golpista diz que precisa de dinheiro, por exemplo, para tratamento de saúde.

Conforme o ministério, a cartilha está sendo reformulada e brevemente o link estará disponível no site do ministério.

Por se tratar de vítima e ser pessoa vulnerável, a idosa não teve o nome divulgado pela polícia. A reportagem tenta contato com a assessoria de Elon Musk, que teve o nome usado indevidamente pelo golpista.

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