Paralisação

Em assembleia extraordinária, professores da rede estadual podem recuar de greve

Após decisão do TJPE, pela ilegalidade da paralisação antes mesmo de ela começar, Sintepe convocou reunião de urgência com a categoria

Sintepe convocou assembleia extraordinária para esta segunda (24)Sintepe convocou assembleia extraordinária para esta segunda (24) - Foto: Júnior Soares / Folha de Pernambuco

Em virtude da decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), que declarou a ilegalidade da greve dos professores da rede pública estadual, marcada para iniciar nesta terça (25), o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) convocou uma Assembleia Extraordinária com a categoria para esta segunda (24), às 9h, no Teatro da Boa Vista.

A reunião irá debater a nova conjuntura que se impôs com a decisão judicial, expedida na última quinta (20), pelo desembargador Mauro Alencar de Barros, e poderá, a depender do que deliberar a classe, suspender a paralisação antes mesmo de ela começar.

O magistrado atendeu a um pedido de antecipação de tutela impetrado pelo governo do Estado, que visa impedir a greve, aprovada pela categoria no último dia 5 de julho. Os profissionais da educação reivindicam reajuste no piso salarial de 14,95% para todos os professores e gestores educativos da rede estadual. Esse percentual está no PL 519/2023, aprovado em junho, na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

No entanto, segundo o Sintepe, ele é concedido a uma fatia do quadro de profissionais. O sindicato informa que, na verdade, para 28 mil funcionários com Magistério - seis mil professores efetivos, 19 mil com contratos temporários e três mil recém-contratados, esse percentual é de 13,35%. O sindicato quer os 14,95% para todo o funcionalismo, incluindo ativos e aposentados.
 

A queda de braço entre o Governo Raquel Lyra e os professores de Pernambuco vem se dando desde o início da sua gestão. O Sintepe acusa o governo de levar o PL 519/2023 à aprovação em regime de urgência na Alepe sem as devidas negociações com a categoria.

“O PL foi enviado para o legislativo sem conversar direito com o sindicato, apesar de que a gente pedisse para o projeto voltar à negociação”, contesta Ivete Caetano, presidente do Sintepe. Uma nova rodada de negociações estava prevista para acontecer em agosto. O sindicato, por sua vez, como forma de pressionar o governo, decidiu, em assembleia no dia 5 de julho, declarar a paralisação, prevista para iniciar na terça (25), referendada em nova assembleia.

A antecipação da assembleia para esta segunda (24), em caráter extraordinário, pode cancelar a de amanhã, caso a categoria decida pela desistência da paralisação. De acordo com Ivete, o movimento do governo, de entrar na justiça contra a greve, vai de encontro ao que Raquel Lyra vem reiterado diversas vezes, de que a gestão está “aberta ao diálogo” com a categoria.

“O discurso do governo não se sustenta na prática”, diz. “As greves são discutidas em mesas de negociação. Mas, novamente, de forma autoritária, ela retira da mesa de negociação e joga o conflito para outro poder, que tem a prerrogativa legal e constitucional de impor multas”. Na decisão do TJPE estão previstas multas diárias de R$ 50 mil ao Sintepe em caso de descumprimento, ou seja, de realização da greve. O governo pedia R$ 100 mil.
 

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