Júri popular

Réu muda depoimento, admite ter jogado corpo em rio no Recife, mas nega haver matado manicure

Manicure Dione Gomes foi morta em janeiro do ano passado

Familiares de Dione Gomes no julgamento do réu pelo assassinato da manicureFamiliares de Dione Gomes no julgamento do réu pelo assassinato da manicure - Foto: Alexandre Aroeira/Folha de Pernambuco

O julgamento de Maurício Alves de Andrade, acusado de matar a manicure Dione Gomes e jogar o corpo da vítima no Rio Tejipió, no Recife, iniciou na manhã desta quarta-feira (10). Durante o interrogatório, conduzido pelo juiz Jorge Luiz dos Santos Henriques, o réu confessou que jogou o corpo da então companheira no rio, mas alegou que não teria sido o autor do assassinato.  Crime ocoreu em janeiro do passado na capital pernambucana.

Na versão apresentada esta manhã por Maurício, três homens o teriam ameaçado na noite do crime e entrado na casa em que ele estava com Dione. Os homens o teriam atingido com um capacete e a mulher teria tentado defendê-lo, quando, então, ela teria sido atingida pelos golpes de faca.

Após a explicação do réu, o juiz afirmou que a versão apresentada nesta quarta-feira é diferente da que Maurício apresentou na primeira vez em que foi interrogado. Segundo o magistrado, no primeiro depoimento à Justiça, o réu afirmou que ele próprio havia esfaqueado acidentalmente a vítima, após terem uma discussão. 

"A explicação que o senhor deu foi outra. O senhor disse que teve uma discussão, o senhor aumentou o tom de voz, ela foi pegar uma faca e o senhor pegou a faca dela e acabou ferindo-a", comentou o juiz, lembrando o que o réu havia relatado na primeira versão.

Segundo o réu, após os supostos homens terem esfaqueado Dione, ele teria saído em busca de socorro e levado a vítima de carro, com a ajuda de outra pessoa, à procura de um hospital. 

Maurício, 42 anos, foi preso por feminicídio e ocultação do cadáverMaurício Alves de Andrade, quando foi preso pelo assassinato e ocultação de cadáver - Foto: Rafael Furtado/Arquivo/Folha de Pernambuco

Maurício contou que, ao chegar perto da Ponte Motocolombó, no bairro de Afogados, na Zona Oeste do Recife, decidiu jogar o corpo da vítima no rio ao invés de socorrê-la para uma unidade hospitalar. "Quando chegou perto da ponte... eu fui, não tinha propósito de jogar o corpo dela, mandei ele [homem que dirigia o veículo] parar o carro. O desespero tomou conta de mim e aí eu peguei o corpo dela e joguei", disse Maurício.

O julgamento, que se realiza no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, no bairro de Joana Bezerra, na área central do Recife, tem o corpo de jurados é formado por seis mulheres e um homem. Não há previsão de depoimento de testemunhas.

Relembre o caso
No dia 3 de janeiro de 2021, Dione Gomes havia saído de casa, em Camaragibe, na Região Metropolirana do Recife, para se encontrar com o namorado, no bairro da Imbiribeira, na Zona Sul da cidade.

A filha de Dione, Dayana Nascimento, contou, na época, que tentou falar com a mãe pelo celular um dia depois de ela ter ido para a casa do namorado, mas não conseguiu contato porque o telefone estava fora de área. 

No dia 4 de janeiro, Dayana foi, então, à casa do companheiro da mãe e, ao chegar ao local, recebeu de parentes de Maurício a informação de que o homem teria jogado o corpo de Dione no rio Tejipió, pela ponte Motocolombó.

Os familiares de Dione acionaram o Corpo de Bombeiros, e as equipes encontraram o corpo da vítima no dia 5 de janeiro, distante cinco quilômetros de onde ela teria sido jogada pelo seu companheiro após ser vítima de feminicídio.

 

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