Logo Folha de Pernambuco

Faixa de Gaza

Em Gaza, nem a bandeira da ONU serve de proteção

Mais de 600.000 habitantes do território assediados refugiaram-se nas instalações da agência da ONU para os refugiados palestinos

ONU ONU  - Foto: Pixabay

A bandeira da ONU já não basta para proteger os 600.000 palestinos que se abrigaram nas escolas da organização na Faixa de Gaza, lamentou, nesta sexta-feira (3), um funcionário da ONU no terreno, que informou a morte de 38 pessoas nesses abrigos .

Enquanto a Faixa de Gaza é bombardeada sem trégua pelo Exército israelense desde o sangrento ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro, mais de 600.000 habitantes do território assediados refugiaram-se nas instalações da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA), principalmente escolas.

“São pessoas que buscam proteção sob a bandeira da ONU, sob o direito internacional humanitário”, comentou Thomas White, responsável da UNRWA para Gaza por videoconferência.

“A realidade é que nem sequer podemos lhes fornecer a segurança da ONU”, lamentou ante os Estados-membros das Nações Unidas, reunidos para escutar um relatório sobre a situação humanitária.

"Mais de 50 de nossas instalações foram afetadas pelo conflito, entre elas, 5 de forma direta. Acredito que na última contagem, 38 pessoas morreram em nossos abrigos", destacou, temendo que essa cifra "aumente significativamente", principalmente no norte, onde a UNRWA não tem mais contato com muitas dessas instalações.

Apesar de tudo, as Nações Unidas "são hoje a única esperança para a população de Gaza", e "não quero que chegue o dia em que a bandeira da ONU deixe de balançar" nesse território.

Gaza é “uma paisagem de morte e destruição”, disse após visitar o território nas últimas semanas.

Pelo menos 72 funcionários da UNRWA morreram desde 7 de outubro.

Segundo um novo relatório publicado pelo Hamas nesta sexta-feira, 9.227 pessoas, entre elas 3.286 crianças, morreram em ataques israelenses contra a Faixa de Gaza nas últimas semanas.

“E só Deus sabe quantas outras restam sem contar sob os escombros”, referiu o chefe do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), Martin Griffiths.

"O sistema sanitário está de joelhos" e a UNRWA "está praticamente fora de combate".

Em Israel, morreram, pelo menos, 1.400 pessoas, segundo as autoridades, desde o início da guerra, a maioria civis assassinados no dia ataque do Hamas, que foi de uma escalada e de uma violência sem precedentes desde a criação de Israel em 1948.

Mais de 240 pessoas foram tomadas como reféns. “O que vimos se desenvolver nos últimos 26 dias em Israel e nos territórios ocupados nada mais é do que uma mancha em nossa consciência coletiva”, comentou Martin Griffiths.

Veja também

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos
Ucrânia

Ucrânia pede sistemas de defesa para enfrentar novos mísseis russos

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível
Gaza

Hospitais de Gaza em risco por falta de combustível

Newsletter